Freire critica possível retorno de Ciro ao PSDB

Recife

  – O retorno do ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes ao PSDB seria um retrocesso político, na avaliação do presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE). “Ciro deve ficar onde está”, afirmou, ao defender a união da esquerda num eventual governo do candidato da Coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL-PC do B-PCB-PMN), “no mínimo, como cooperante”, diante da possibilidade de a social-democracia começar a ser representada pelo PT no governo.

“O problema do PSDB não é ter cara cearense ou paulista”, justificou, referindo-se à declaração do senador eleito Tasso Jereissati (PSDB-CE) de que o partido terá “cara nova” com o fortalecimento de novos líderes e que, por isso, Ciro deveria retornar ao antigo ninho tucano. “O problema é que o PSDB é um partido que perdeu o seu projeto social-democrata.” “O PSDB iniciou um processo de democratização com Fernando Henrique, mas o governo se esgotou pela má-condução da política econômica”, observou. “Agora, quem assume a continuação dessa modernização, com preocupação social, é o PT.”

Freire fez um paralelo entre um possível governo Lula com o do primeiro-ministro da Espanha, Felipe González, que representava um partido operário que assumiu o governo e avançou democraticamente. “O PT poderá promover um grande avanço, ser a superação do PSDB, e nós não queremos ser como o Partido Comunista espanhol, que fez oposição a González”, acrescentou. “O governo de Lula pode ser progressista.”

Oposição

Ele destacou que o PPS fez uma oposição propositiva ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e que, agora, num eventual governo do candidato da Coligação Lula Presidente, será “um partido independente e de cooperação”. Freire não descarta a possibilidade de a legenda ser participante de um futuro governo petista, desde que haja o convite e a sigla decida aceitar.

Voltar ao topo