Fraude contra INSS dá cadeia

Rio – A auditora fiscal Maria Auxiliadora de Vasconcellos, presidente do sindicato da categoria no Rio de Janeiro, foi presa ontem de manhã sob suspeita de integrar um grupo de servidores que lesou a Previdência Social em R$ 3 bilhões. Segundo o Ministério Público Federal, ela recebe propina de empresas deficitárias para, em troca, declarar que elas nada devem. O MPF a denunciou por corrupção passiva e pediu sua prisão preventiva. Numa conversa telefônica grampeada durante as investigações, a servidora menciona a ligação de pessoas ligadas à Federação das Indústrias do Rio (Firjan) no esquema. Elas teriam a atribuição de indicar empresas que estivessem dispostas a pagar para se livrarem da fiscalização. Na gravação, Maria Auxiliadora disse que existe uma ?caixinha da Firjan? para reunir dinheiro a ser usado no pagamento de uma ?mensalidade? aos auditores corruptos. Sozinha, Maria Auxiliadora teria dado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), um prejuízo de pelo menos R$ 9 milhões, referentes a débitos de nove empresas, entre elas algumas do setor de transporte. As dívidas anuladas por ela chegavam a cerca de R$ 2 milhões. As fraudes lhe renderam um patrimônio considerável: dez imóveis, no Rio de Janeiro e na Região dos Lagos, e três automóveis (dois importados). De acordo com a denúncia, seus rendimentos chegaram a um montante dez vezes maior do que a renda compatível com seu cargo. Maria Auxiliadora foi presa ontem de manhã em sua residência, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Se for condenada, ela poderá ficar até 24 anos na cadeia. Segundo o MPF Maria Auxiliadora, que tem 57 anos e é servidora há mais de dez, faz parte do mesmo grupo dos 13 auditores presos em fevereiro deste ano. Outros 16 funcionários que também teriam lesado a Previdência estão sendo investigados. As prisões são resultado da força-tarefa integrada pelo MPF, INSS e PF para combater a corrupção. 

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