Fotógrafo morto em área de invasão

São Paulo – O repórter fotográfico Luiz Antônio da Costa, 36 anos, conhecido como La Costa, foi baleado e morto ontem na entrada de um acampamento de sem-teto num terreno da Volkswagen em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. La Costa estava a serviço da revista Época, publicação em que trabalhou por cinco anos e para qual colaborava nos últimos tempos. O fotógrafo chegou a ser levado para o Pronto Socorro Municipal de São Bernardo do Campo, que confirmou a morte.

Antes do ocorrido, um grupo de mais ou menos dez jornalistas conversava com líderes do movimento na entrada do acampamento. Segundo alguns fotógrafos, duas pessoas teriam chegado causando um “empurra-empurra” no local, quando se ouviu um disparo. “Só deu para ver atirando e correndo para dentro do acampamento”, disse Ernesto Rodrigues, fotógrafo de O Estado de S. Paulo. As duas pessoas teriam corrido para dentro do acampamento, mas não se sabe se teriam entrado em um carro que estava parado próximo ao local.

Os líderes do sem-teto também correram para dentro do acampamento, e não deram nenhuma declaração. Segundo a Polícia Militar, um roubo havia ocorrido em um posto de gasolina perto do acampamento momentos antes da morte do fotógrafo. No entanto, ainda não há informações se o assalto tem alguma ligação com o disparo. La Costa trabalhou anteriormente no jornal O Estado de S.Paulo e morou uma época no Japão com a família, onde desenvolveu trabalho sobre a cultura milenar japonesa. Depois disso, retornou ao Brasil com a família e passou a trabalhar na revista Época, da Editora Globo.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reagiu indignado à informação sobre o assassinato do fotógrafo. Em Fortaleza, onde assinou o termo de adesão do Ceará ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp) ao lado do governador cearense, Lúcio Alcântara (PSDB), o ministro disse que lamentava o fato. “Eu tenho essa informação da morte do fotógrafo. Lamento profundamente. Acho que é uma coisa trágica, terrível, como a morte de qualquer ser humano. Vamos apurar isso.”

A revista “Época” colocou em seu site uma nota sobre a morte de Luiz Fernando da Costa. A nota lamenta a “truculência sem precedentes” ocorrida com o fotógrafo.”No berço do novo sindicalismo brasileiro, o ABC paulista, a imprensa sempre esteve a postos para cobrir todo o tipo de manifestação social, de greves a paralisações, de passeatas a invasões de terrenos. Ao cobrir estas manifestações, os jornalistas enfrentaram todo o tipo de adversidade, incluindo a violência física. Hoje, infelizmente, um jornalista foi vítima de uma truculência sem precedentes”, diz a nota. La Costa deixa esposa, Luciana, e três filhos.

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