Fórum Social termina um dia antes

Porto Alegre – Uma marcha contra a Alca, a Guerra e pela Paz, no final do dia de ontem, colocou fim à terceira edição do Fórum Social Mundial deste ano. O encerramento oficial do III Fórum Social Mundial foi antecipado para o fim da tarde de ontem porque a organização do evento atendeu aos pedidos dos participantes que reclamavam ter de ficar mais um dia em Porto Alegre apenas para comparecer à cerimônia final. O ato foi realizado no Largo da Epatur, após a marcha contra a Alca, a Guerra e pela Paz.

No local, um membro do Comitê Organizador do fórum, Chico Whitaker, fez um pronunciamento, divulgando os números do Fórum e fazendo o encerramento oficial das atividades do encontro deste ano. Ainda ontem, a médica Aleida Guevara, filha do revolucionário e ex-ministro cubano Ernesto Che Guevara, foi aplaudida de pé efusivamente em vários momentos, em um discurso com mensagens dirigidas aos jovens. Aleida fez um alerta sobre a necessidade de se manter resistência à manipulação do modelo capitalista, que classificou de “ação que oprime os povos da América Latina”.

A filha de Che observou que, mesmo diante de grandes dificuldades, Cuba conseguiu reagir à política neoliberal e citou estatísticas que demonstram a evolução do povo cubano. Aleida afirmou que em seu país a população não tem acesso a roupas bonitas, produtos de grife, mas não há registro de criança com fome, nem de nenhum analfabeto, já que todas as crianças em idade escolar conseguem vagas nas escolas. Segundo a médica, hoje, a democracia é uma realidade em Cuba, fato que espera que ocorra também no Brasil, com a ascensão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Aleida fez referência também à tentativa do governo norte-americano de estabelecer a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e conclamou a todos a repudiar o bloco.

Também ontem, ativistas do Greenpeace realizaram, em Porto Alegre, protesto contra a produção de transgênicos. Mais de 10 mil mensagens estampadas em pratos de papel foram colocadas em frente ao prédio da empresa Monsanto, no bairro Moinhos de Vento. Houve princípio de tumulto. O acesso ao edifício foi interditado pela segurança local. Não é a primeira vez que a empresa Monsanto é alvo de protesto. Em janeiro de 2001, na abertura do I Fórum Social Mundial, o ativista francês José Bové participou, com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da depredação de uma lavoura experimental de soja transgênica da multinacional em Não-Me-Toque.

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