Força Sindical rompe com o governo

São Paulo – A Força Sindical decidiu abrir oposição clara ao governo do PT e retomar sua posição de rival da CUT em reunião da executiva da entidade realizada na manhã de ontem. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, anunciou que vai se desligar do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que assessora a Presidência da República, e que vai suspender temporariamente todas as negociações em curso com o Ministério do Trabalho, no âmbito do Fórum Nacional do Trabalho. Também a campanha salarial unificada com a CUT, em plena negociação dos metalúrgicos, será suspensa até que sejam esclarecidas as denúncias publicadas na revista Veja no último fim de semana.

De acordo com a reportagem, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva teria sido apoiada por uma equipe que promoveu blefes e negociações sigilosas para enfraquecer seus adversários. O grupo teria armado uma cilada para fotografar o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vice na chapa de Ciro Gomes (PPS), comprando um dossiê que o acusava de desvio de dinheiro. Pelo menos duas pessoas, Carlos Alberto Grana e Osvaldo Bargas, citados na matéria como parte do grupo que trabalhou para acusar os adversários de Lula, são velhos conhecidos dos sindicalistas da Força. Grana é um dos negociadores da campanha salarial unificada e Bargas secretário de relações sindicais do Ministério do Trabalho (é ele que representa o Ministério como coordenador no Fórum Nacional do Trabalho). A Força Sindical quer o afastamento de Bargas da coordenação do fórum.

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, já anunciou que pretende se candidatar à Prefeitura de São Paulo em 2004 e tem sido um crítico constante da prefeita Marta Suplicy, que concorrerá à reeleição pelo PT.

A nota distribuída pela Força Sindical diz: “Diante das revelações divulgadas pela revista Veja, a direção nacional da Força Sindical decidiu hoje tomar as seguintes medidas: -O presidente da Força Sindical enviará carta desligando-se do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, órgão consultivo do presidente da República; – Suspender temporariamente, até que todas as denúncias sejam esclarecidas, todas as ações conjuntas com a CUT”.

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