Brasília – O jornal ?Correio Braziliense? desistiu de publicar em sua edição de hoje a transcrição de conversas telefônicas entre o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), candidato à reeleição, e empresários acusados de grilagem de terra, gravadas pela Polícia Federal.
O conteúdo das fitas gravadas chegou a ser posto à disposição dos leitores no portal do jornal na internet em função de medida cautelar aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmando que a presença de oficial da Justiça na redação do ?Correio? para impedir sua publicação configurava ?censura?.
Mais tarde, porém, o juiz-substituto Carlos Eduardo B. dos Santos, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, atendendo a um pedido da coligação que apóia Roriz, emitiu despacho reiterando que o conteúdo das gravações está sob sigilo judicial, que essa interdição ?não foi revogada, cassada ou reformada? e que sua eventual violação sujeita o transgressor a penas de dois a quatro anos de reclusão e multa.
Depois que um oficial de Justiça esteve novamente na redação e apresentou o despacho do juiz, editores do jornal informaram que as conversas gravadas haviam sido retiradas do portal e que o ?Correio?, após ouvir seus advogados, optara por suspender a publicação das transcrições.
Quando essa decisão já haviam sido consumada, mais oficial de Justiça chegou à redação e apresentou outro despacho, desta vez emitido a pedido do advogado do empresário Pedro Passos, um dos acusados de grilagem. Esse despacho renovava o conteúdo do anterior.