FHC premia prefeitos e se defende de críticas

Brasília

(AE) – O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem os avanços sociais alcançados pelo País durante o governo dele e reagiu a uma das principais críticas dos adversários: a de que a concentração de renda continuou a mesma nos últimos oito anos. “Quando se diz que não houve redistribuição de renda, fala-se do que não se sabe”, discursou na entrega do Prêmio Gestão Fiscal Responsável a 45 prefeitos, no Itamaraty.

A defesa da ação social do governo foi vista pelos tucanos, no comitê eleitoral do candidato da Coligação Grande Aliança a presidente, José Serra (PSDB-PMDB), como um fato positivo para a campanha presidencial do PSDB, abalada pelas pesquisas de intenção de votos que põem o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS-PDT-PTB) isolado em segundo lugar. Uma participação mais ativa de Fernando Henrique na disputa eleitoral foi cobrada pelo PMDB, aliado dos tucanos.

Enfatizando que as conquistas sociais só foram possíveis graças à responsabilidade fiscal, o presidente afirmou que o governo não abrirá mão da austeridade por causa das eleições. “O exercício de uma administração virtuosa não é fácil. Mas esses limites serão respeitados pelo governo federal, doa a quem doer”, disse. FHC destacou que o governo repassa cerca de R$ 30 bilhões por ano diretamente à população mais pobre, por meio da rede de proteção social – que inclui a aposentadoria rural e programas como os Bolsas-Escola e Alimentação. Segundo ele, porém, esse tipo de repasse não é considerado no cálculo da concentração de renda (coeficiente de Gini), em que o Brasil disputa a liderança mundial.

Ajuda

“O governo federal, com a ajuda dos governos estaduais e dos municípios, pela primeira vez na história do Brasil, constituiu mecanismos regulares de certo vulto para distribuir renda. Esta renda, como não é renda de trabalho, não é computada no coeficiente de Gini”, disse. Fernando Henrique tratou também de outro assunto explorado com freqüência contra o governo: o crescimento da dívida pública. “Dívida essa que, repito, a herdei e cujo esqueleto expusemos no Tesouro, mostramos ao País que (os esqueletos) existiam porque já estavam lá escondidos, apenas não se os mostrava. Por conseqüência, aumentou”, disse, lembrando ainda que a União assumiu débitos dos Estados e municípios.

FHC comparou a alegria dos prefeitos premiados à comemoração pelo pentacampeonato no futebol.

Petista vence disputa

Brasília

(AE) – O prefeito de Concórdia (SC), Neodi Saretta, do PT, recebeu ontem, no Palácio do Itamaraty, o título de melhor gestor fiscal do Brasil em municípios com mais de 50 mil habitantes. A certidão foi concedida pelo Conselho Federal de Contabilidade, Ministério do Planejamento, Instituto Ethos de Responsabilidade Social e Trevisan Auditores. O PT promete transformar a cerimônia numa festa, com muitas imagens para os programas eleitorais de seu candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Não tenho dúvidas de que Lula fará no Brasil uma administração semelhante à de Concórdia, porque o PT é o partido que zela para evitar o descontrole dos gastos públicos em todos os municípios e Estados que administra. Há vigilância sobre cada centavo gasto além de participação da população no orçamento e na prestação de contas. Isso vai acontecer com o Brasil”, afirma o prefeito. Vicente Trevas, dirigente do PT, determinou que a cerimônia seja registrada para que, durante a propaganda eleitoral gratuita, Lula possa dizer que o sucesso das administrações petistas é reconhecido até pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Neodi Saretta conta que, ao assumir a prefeitura, em 2001, recuperou o parque de máquinas e fez uma reforma administrativa.

Voltar ao topo