Brasília – Com as recentes mortes por suspeita de febre amarela, 850 mil pessoas foram vacinadas apenas no Distrito Federal e Goiás. De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, não há necessidade de imunização para quem não pretende viajar para regiões de mata.

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?Não há necessidade de vacinação em massa ou de vacinar toda a população, porque não há nenhuma epidemia?, disse o ministro.

A febre amarela urbana, ou seja, aquela que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue) dentro das cidades, não é registrada no país desde 1942.

O que existe no Brasil é a febre amarela silvestre ? que acontece no meio rural e em matas. A transmissão do vírus ocorre quando macacos doentes são picados por dois tipos de mosquito ? Haemagogus e Sabethes ? que, contaminados, picam outros macacos provocando surto da doença no meio animal.

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A febre amarela não é transmitida de uma pessoa para outra. O vírus é transmitido para população quando pessoas saudáveis que não tenham tomado a vacina – ao fazer trilhas, procurar cachoeiras ou mesmo trabalhar em ambiente rural – são picadas por mosquitos que carregam o vírus da doença.  De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1996 e 2007, o país registrou 349 casos de febre amarela. Todos aconteceram em pessoas que entraram nas matas e não tinham sido previamente imunizados.

A febre amarela é uma doença periódica entre os animais ? cerca de 7 anos entre um surto e outro. Por isso, quando a vigilância em saúde dos estados detecta o aumento de macacos mortos sem explicação aparente (fenômeno conhecido como epizootia), ela inicia a vacinação da população de modo preventivo.

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Apesar de a maior parte dos casos de epizootia, até o momento, terem sido registrados no estado de Goiás, norte de Minas Gerais e Distrito Federal, essas não são as únicas áreas em risco no país.

Toda a região Norte e a Centro-Oeste são consideradas endêmicas. Além disso, outras regiões são consideradas áreas de transição. Ao todo, 18 estados, além do Distrito Federal, fazem parte deste quadro: Amazonas, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Acre, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Maranhão, Piauí, Bahia, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo.

A vacina leva dez dias para fazer efeito e garante a imunização por dez anos. Ela é contra-indicada para quem tem menos de seis meses de idade, doenças que afetem a imunidade ou alergia a ovo. Mulheres grávidas devem procurar o médico para analisar o caso.

Os principais sintomas da febre amarela são febre alta, dor de cabeça, vômito e insuficiência nos rins e no fígado.