Familiares de vítimas do acidente da TAM protestam em Congonhas

Familiares e amigos das vítimas do acidente com o Airbus da TAM, ocorrido em 17 de julho do ano passado, reuniram-se neste domingo (20) no mesmo local, o Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, para fazer uma manifestação marcando os seis meses da tragédia, que deixou 199 vítimas.

Eles percorreram os saguões do aeroporto com faixas e um megafone, explicando aos passageiros que o objetivo da manifestação era pedir que os documentos ainda não entregues à polícia para compor o inquérito policial sejam encaminhados o quanto antes, para que as investigações possam ter andamento.

?Nós queremos simplesmente verdade e justiça. Queremos saber o que de fato ocorreu, quem são os responsáveis e que eles sejam punidos?, disse o presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAM JJ3054 (AfaviTam), Dario Scott.

Os manifestantes pediram também que um representante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) comparecessem ao saguão para que o manifesto fosse entregue a eles. Somente um funcionário da Infraero atendeu ao pedido. ?Queríamos um representante da Anac e da Infraero para que eles encaminhassem isso dentro dos órgãos para, quem sabe, as coisas fluírem mais rápido. Porque por ordem judicial, ainda não cumpriram as solicitações do delegado?.

Depois da manifestação no aeroporto, os familiares das vítimas foram até o local do acidente e escreveram pedidos de "justiça e verdade", além do nome de vítimas nos tapumes que cercam o terreno onde ficava o prédio da TAM destruído pelo choque.

O manifesto diz que a polícia de São Paulo pede explicações sobre quem teria liberado a pista principal para o pouso das aeronaves, pede o laudo da Polícia Federal sobre a perícia da pista, a transcrição dos 23 minutos suprimidos da gravação da caixa-preta do avião, o relatório dos exames da pista de Congonhas, realizados após o acidente e também o projeto de pavimentação da pista, as atas de todas as reuniões da Anac sobre a pista de Congonhas a partir de dezembro de 2006.

O manifesto diz ainda que a ex-diretora da Anac Denise Abreu foi intimada três vezes a depor no 27o Distrito Policial, mas não compareceu. ?Ela insiste em obstruir o andamento do inquérito, usando artifícios jurídicos para não comparecer, numa clara demonstração de deboche às autoridades, como já fez em seu depoimento à CPI do Apagão Aéreo?, afirma o manifesto.

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