Falta de investimento atrasa vacina contra febre amarela

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz no Recife conseguiram melhorar a vacina de febre amarela durante testes em laboratório aumentando ainda mais a segurança do produto, mas ainda não há garantia de financiamento para a continuidade do estudo, inédito no mundo, que demanda agora avaliações em primatas e humanos. Faltam cerca de R$ 6 milhões em investimentos.

Segundo Ernesto Marques, do Departamento de Virologia e Terapia Experimental do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, o trabalho, que tem financiamento de R$ 3,7 milhões do governo federal e do governo americano, visa a combater reações como febre, dores no corpo e dores de cabeça que atingem até 5% dos que tomam a vacina, além de diminuir o risco de casos muito mais raros de mortes após o uso do produto – alguns já foram registrados no Brasil e em outros países.

Os cientistas deixam claro, no entanto, que a vacina atual ainda é considerada extremamente segura e seus benefícios são maiores do que os riscos. O produto, fabricado pela Fiocruz, é pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que é uma referência para fabricantes. ?Estamos tentando melhorar o que já é bom?, afirmou Rafael Dhalia, também pesquisador do centro. O grupo, que trabalha em parceria com a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, elabora uma vacina a partir de uma seqüência de DNA do vírus da febre amarela sem o uso de ovos para o seu desenvolvimento. A vacina atual, cuja maneira de fabricar é a mesma desde 1937, a despeito de algumas melhorias, utiliza vírus vivo e atenuado, cultivado em ovos de galinha. Isso faz com que o produto seja vetado para alérgicos a ovos.

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