Uma declaração atribuída ao delegado Protógenes Queiroz – mentor da ação que levou o banqueiro Daniel Dantas para o banco dos réus – amplia as suspeitas de que o ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, foi monitorado no decorrer da Operação Satiagraha.

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Em reunião gravada na Polícia Federal, no dia 14 de julho, seis dias depois do estouro da operação, Protógenes disse a um grupo de superiores que haviam decretado seu afastamento do caso saber da “gestação” de habeas corpus no Supremo para libertar o banqueiro.

A declaração foi atribuída a Protógenes em reportagens da revista Veja e do jornal O Globo. O delegado está fora do País. Seu advogado, Luiz Gallo, disse que não conhece os fatos. “Não falamos de escuta telefônica.”

De Heidelberg, na Alemanha, onde está em missão oficial e foi informado acerca dos desdobramentos do caso, Mendes disparou ontem mesmo telefonemas a três autoridades brasileiras – Tarso Genro, ministro da Justiça, general Jorge Felix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e Luiz Fernando Correa, diretor-geral da Polícia Federal. De todos, o presidente do STF cobrou “rápidos esclarecimentos de todo esse episódio lamentável”.

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Segundo o jornal O Globo, integrantes da Comissão de Sindicância do Gabinete de Segurança Institucional suspeitam que o presidente da Associação dos Servidores da Abin, Nery Kluwe, tenha sido o autor do grampo contra Gilmar Mendes. Kluwe, que teria interesse na demissão de Paulo Lacerda da direção da Abin, negou envolvimento no caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.