Extradição de Cacciola será pedida amanhã, diz Genro

O pedido de extradição do banqueiro Salvatore Cacciola será entregue amanhã (dia 2) à Justiça do Principado de Mônaco, informou nesta segunda-feira (1º) o ministro da Justiça, Tarso Genro.

Ele previu que, até o próximo dia 15 de outubro, a Justiça dará seu parecer definitivo, que ainda precisa ser confirmado pelo príncipe Albert 2º, chefe do Executivo do Principado de Mônaco. "Ao contrário do Brasil, a decisão final lá é do Executivo, mas temos grande esperança de que o pedido brasileiro seja atendido, por se tratar de uma questão técnico-judicial de interesse público", disse o ministro.

O pedido de extradição será apresentado por um diplomata do Itamaraty à Embaixada de Mônaco em Paris, com toda a documentação exigida, incluindo a condenação do banqueiro, ex-dono do banco Marka, traduzida para o francês. Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, por desvio de dinheiro público e gestão fraudulenta. Ele é acusado de ter obtido vantagem indevida do Banco Central na desvalorização do real, em 1999. Com a operação, os recursos do poder público teriam sofrido um prejuízo de E$ 1,59 milhão.

Cacciola chegou a ser preso, em junho de 2000, mas fugiu do Brasil após ter sido beneficiado por um alvará de soltura concedido em liminar pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. Desde 2005, o Brasil tenta trazer o banqueiro para cumprir sua pena.

Segundo Tarso, a entrega da documentação, que tem 553 páginas, é o prosseguimento do processo, "que entra agora na sua fase mais judicial". Ele previu que, até o dia 30 de outubro, o príncipe dará a decisão final. O banqueiro foi preso pela Interpol em 15 de setembro último e, desde então, aguarda a decisão do pedido de extradição.

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