Excesso de assembléias pode ameaçar governo Lula

Brasília – O modo petista de ser contagiou o poder. Marcas registradas do PT, os grupos de estudo, as comissões programáticas, os conselhos temáticos, as assembléias e os debates entraram de vez na agenda oficial do Planalto. Depois de criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para discutir as reformas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou semana passada que agora é a vez do Plano Plurianual (PPA) ser debatido em todo o país.

Os mais críticos já começam a cobrar o fim do “assembleísmo”, reclamando ações mais concretas. Para os especialistas e políticos aliados, no entanto, as decisões colegiadas são uma característica do PT, partido que nasceu nas massas, e têm que ser respeitadas porque garantem legitimidade às ações. Leany Barreiro Lemos, cientista política formada pela Universidade de Brasília, afirma, porém, que é preciso ter cuidado para que o governo não resvale para o democratismo, processo em que reuniões e discussões se tornam o fim e não o meio para se chegar a uma decisão. Para ela, em certos momentos, para dar respostas à sociedade, Lula e seus ministros terão de “tratorar” porque, ao contrário do Legislativo, o Executivo tem de agir.

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