Ex-reitor da UnB é denunciado novamente por desvio de verbas

O ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) Timothy Mulholland e o ex-diretor da Editora UnB Alexandre Lima foram denunciados Justiça Federal pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) por desvio de dinheiro com a subcontratação do serviço de consultorias, por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico na Área de Saúde (Funsaúde).

Esta é a segunda vez que a alta direção da Fundação Universidade de Brasília (FUB) é denunciada por desvio de dinheiro público este ano. A denúncia foi entregue na semana passada.

Além de Mulholland e Lima, também foram denunciados dois ex-funcionários da Editora UnB, Elenilde Duarte e Cláudio Machado, e os sócios proprietários das empresas contratadas para prestar os serviços.

De acordo com o MPF, os desvios ocorreram em convênios celebrados entre a FUB e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para prestação de serviços complementares de saúde a comunidades indígenas yanomami em Roraima e xavante em Mato Grosso.

A UnB contratou, sem licitação, a Funsaúde, que subcontratou, por licitações fraudulentas, as empresas MI Management – cujo endereço dado como sede no entorno de Brasília é o de uma igreja evangélica – Coopers Instituto Profissional de Consultores Associados, LMR Softwares e Consultoria Empresarial, do filho de Alexandre Lima. As empresas não tinham funcionamento regular nem prestaram os serviços contratados. Além disso, a forma de licitação não era a adequada, por causa do montante contratado.

Segundo os procuradores da República Raquel Branquinho e Rômulo Moreira, depois da contratação da Funsaúde, Timothy Mulholland designou Lima para administrar os resursos repassados pela Funasa. Ele, por sua vez, indicava pessoas de sua confiança dentro da editora para atestar a execução dos serviços supostamente realizados nos projetos Xavante e Yanomami. Em troca, esse funcionários indicavam parentes e amigos para entrar na folha de pagamento da Funsaúde.

A participação do ex-reitor também foi comprovada. De acordo com a denúncia, ele indicou Alexandre Lima para gerir os recursos justamente para garantir que o crime fosse cometido. Mulholland também participou diretamente da celebração de alguns dos termos aditivos aos contratos fraudulentos.