Ex-auxiliar compromete Garotinho

Rio

– Em depoimento à CPI da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), que investiga o envio ilegal de US$ 33 milhões para a Suiça, o ex-secretário de Fazenda Carlos Antônio Sasse afirmou que deixou a Secretaria de Fazenda porque o então governador Anthony Garotinho protegeu empresas sonegadoras de Campos quando o desautorizou a continuar com a fiscalização na cidade.

Segundo o ex-secretário, havia atritos anteriores, quando, por exemplo, o chefe de Gabinete de Garotinho, Jonas Lopes foi, em nome do governador, pedir que fossem nomeados seis chefes de fiscalização indicados por deputados estaduais. Sasse deu os nomes de quatro deputados que teriam pedido as indicações: Núbia Cozzolino, Sivuca, Cory Pilar e Roberto Dinamite.

Garotinho, por sua vez, afirmou que soube das denúncias de corrupção enquanto era governador e destacou Sasse, então secretário de Fazenda, para ir até Campos fazer a apuração do caso. Segundo o ex-governador, as denúncias foram confirmadas, mas, como Sasse não tomou providência alguma, foi demitido.

Em relação aos casos de nomeação de fiscais, Garotinho disse que nunca autorizou ninguém a fazer pedido algum para secretários em nome dele. De acordo com o ex-governador, Sasse está nervoso e por isso está agressivo. Garotinho afirmou que as palavras do ex-secretário são contraditórias.

Depois de 2h40m de depoimento, Sasse informou ainda que contou a Anthony Garotinho e a Fernando Lopes sobre a confissão de Silveirinha feita a David Birman sobre as contas na Suíça. Na primeira parte do depoimento, Sasse voltou a afirmar que conheceu o ex-subsecretário Rodrigo Silveirinha durante o período de transição de governo, em 1998.

Para que pudesse responder melhor à Comissão, durante a sessão, Sasse teve acesso ao processo de isenção de impostos da Cien.

– O ex-secretário estava fazendo declarações baseado em lembranças da sua memória. Então o depoimento foi interrompido para que ele tivesse acesso aos documentos, já que a comissão tem o processo em mãos – explicou o vice-presidente da comissão, Luiz Paulo Corrêa da Rocha.

Anteontem, o advogado Clóvis Sahione, que defende cinco fiscais envolvidos no escândalo das contas na Suíça, disse que vai entrar com uma medida cautelar na 3ª Vara Federal Criminal para pedir antecipação de provas.

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