EUA admitem que não há prova de terror em Foz

O governo dos EUA está convencido de que não há provas concretas sobre a existência de células ou grupos terroristas na região da tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai, conforme garantiu ontem, em Puerto Iguazu, cidade argentina que faz fronteira com Foz do Iguaçu, o embaixador J. Cofer Black, coordenador para contraterrorismo do Departamento de Estado americano.

Depois de se reunir ontem, por 45 minutos, com representantes do Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, Black afirmou que agora a preocupação dos EUA é com o financiamento de organizações terroristas internacionais e por isso vão montar um grupo de trabalho com os países das três fronteiras para ações preventivas que rastreiem possíveis remessas de dinheiro para esses grupos.

Comentando a mudança radical na forma de os americanos enxergarem a região, onde a grande concentração de árabes sempre despertou a desconfiança dos EUA de que ali havia até campos de treinamento de terroristas, Cofer Black brincou: “Quando passeava pelas Cataratas um repórter me perguntou se aqui era um lugar seguro. Disse que sim e que recomendaria ao meu filho que passe a lua-de-mel aqui.”

De acordo com o delegado Joaquim Mesquita, da Delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, as investigações da PF nunca levaram a qualquer indício de terroristas na região. Também não há provas de que os árabes da região enviem dinheiro para o financiametno das atividades terroristas no mundo.

No Brasil, o controle da saída de dinheiro para o exterior é feito, segundo o delegado, que é presidente do Comando Tripartite, pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, e tanto a Argentina quanto o Paraguai têm unidades semelhantes de investigação e inteligência financeira. O envio de técnicos pelo coordenador para contraterrorismo do Departamento de Estado, para orientar com know-how americano o trabalho dos organismos dos três países das fronteiras, não configura, na opinião de Joaquim Mesquita, ingerência dos EUA na região.

“Os países hoje têm mecanismos de cooperação e, assim como o crime está globalizado e como os criminosos não têm fronteira, também as polícias precisam estabelecer mecanismos de cooperação”, defendeu Mesquita, lembrando que os americanos vieram à reunião atendendo convite do Comando Tripartite.

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