Estudo revela precaridade do ensino na área rural

Brasília – O Brasil possui 32 milhões de pessoas morando na zona rural e o número de escolas para atender as crianças chega a 107.432. Metade dessas escolas possui apenas uma sala de aula e oferece, exclusivamente, o ensino fundamental de 1ª a 4ª séries. Essa é a realidade mostrada pelo estudo ?Referências para uma política nacional de educação no campo?, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC).

Os dados revelam ainda que uma minoria de 15% dos estudantes consegue ter acesso a sala de aula, e 60% cursam as primeiras quatro séries do ensino fundamental. Uma das principais dificuldades dos jovens que vivem na zona rural é conciliar o estudo na cidade com o local onde moram. Da população de 15 a 17 anos, que totaliza 2,2 milhões de pessoas, 34% não freqüentam a escola. Entre os matriculados, apenas 12,9% estão no ensino médio, nível adequado para a idade.

Uma comparação da situação escolar do campo com a dos centros urbanos, mostra que, na zona rural, 29,8% dos adultos são analfabetos, enquanto na cidade esse índice cai pela metade: 10,3%. Dos estudantes de 10 a 14 anos, 23% estão na série adequada à sua idade, taxa que na área urbana é de 47%. Enquanto na área urbana, 58,6% dos estabelecimentos de ensino têm biblioteca, essa é a realidade em apenas 5,2% das escolas do campo, ou seja, menos de 10%.

O mesmo cenário é verificado quanto a laboratórios de informática (27,9% e 0,5%), microcomputadores (66% e 4,2%) e laboratórios de Ciências (18,3% e 0,5%).

A partir dessas informações o Grupo Permanente de Trabalho criado pelo Ministério da Educação, terá como objetivo elaborar propostas que visem à ampliação da oferta e à melhoria da qualidade do ensino na zona rural.

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