A existência de aplicativos de smartphones para caronas pagas, como é caso do Uber, é positiva para o consumidor e não há elementos econômicos que justifiquem a proibição desse tipo de serviço. A conclusão é de estudo elaborado pelo Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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Com debate em alta pelos taxistas, que são contrários ao funcionamento do Uber, por avaliarem o serviço como desleal e injusto com a categoria, o DEE fez uma análise dos dois tipos de transporte individuais, com o objetivo de observar os possíveis desdobramentos, especialmente sobre a concorrência, da manutenção ou proibição do mecanismo.

Segundo o estudo, o novo mercado pode ser um substituto superior aos carros particulares e táxis para determinados grupos de consumidores. Além disso, rivalizaria com os táxis e carros particulares, o que poderia trazer reduções de preços nas corridas de táxis, do aluguel de carros de passeio e até dos valores dos carros novos e usados.

O documento avalia ainda que nem mesmo os motoristas de táxis que não são donos das licenças seriam prejudicados. Esses profissionais, segundo o trabalho, poderiam usar os serviços do aplicativo em sua atuação ou escolher entre entrar no mercado de táxis ou no mercado de caronas pagas.

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“A proibição ou banimento de qualquer solução que traga aumento de bem-estar a um grupo de consumidores seria desnecessária e contraproducente”, avalia o documento elaborado pelo Economista-Chefe do Cade, Luiz Alberto Esteves.

O trabalho pondera que é necessário discutir a regulação do mercado de transporte individual de passageiros. “Para além disso, elementos econômicos sugerem que, sob uma ótica concorrencial e do consumidor, a atuação de novos agentes tende a ser positiva”, conclui.

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