Esquerda do PT promete dar dor-de-cabeça para Lula

A escolha do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, para o Ministério das Cidades e a indicação de Nelson Pelegrino (BA) para a liderança na Câmara não foram suficientes para acalmar a esquerda do PT. Os chamados radicais do PT se sentem traídos por não estarem sendo chamados para discutir o primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Assim como a senadora Heloísa Helena (AL), reprovam algumas decisões de Lula, como a indicação do tucano Henrique Meirelles para a presidência do Banco Central. Até agora não engoliram o que consideram um constrangimento, a censura imposta a Heloísa na sabatina de Meirelles. E olham com desconfiança alguns dos nomes que vão sendo confirmados ministros.

A esquerda do PT ainda nem começou a fazer o barulho, que promete a partir do ano que vem. Mas na última reunião da bancada na Câmara com os deputados eleitos, quarta-feira, a cúpula do PT já teve uma prévia da dor-de-cabeça que vem por aí. Representantes das correntes mais à esquerda saíram da reunião literalmente bufando. Walter Pinheiro (BA) foi convencido a retirar sua candidatura à presidência da Câmara para apoiar o atual líder, João Paulo Cunha (SP).

Pinheiro está se sentindo alijado e não esconde sua mágoa: “Retirei minha candidatura porque acho importante que o PT trilhe o caminho da unidade. No PT existem dois dogmas: a liberdade de expressão e a unidade, mesmo com divergência. Quero contribuir, mas fiquei muito magoado com a exclusão de um pedaço importante do partido”, comentou.

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