Entre detidos no Rio está sobrinho de Beira-Mar

Entre os quatro suspeitos de participar do ataque ao ônibus no centro do Rio, anteontem, está Jean Júnior, sobrinho do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e o único dos quatro suspeitos que não tem antecedentes criminais. “Fizemos um levantamento da vida pregressa dele e dos familiares e constatamos que a mãe do suspeito é irmã do Fernandinho Beira-Mar”, disse a delegada assistente Sânia Cardoso.

O advogado do suspeito, Marco Aurélio Santos, apresentou na 6.ª DP um prontuário médico como “prova” de que o cliente não estava na capital no momento do crime. No documento, que trazia o nome do Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, constava que Jean foi atendido às 20h37 de terça. “Como ele poderia estar em dois locais ao mesmo tempo? Estava brincando com a arma e acabou atingindo a si mesmo na virilha. Procurou atendimento na unidade e, como não tinham urologista, pediram que fosse ao hospital em Copacabana”, disse o advogado.

No entanto, segundo a delegada, qualquer documento agora deve ser apresentado à Justiça, pois o auto da prisão em flagrante já foi encaminhado. “Jean foi quem roubou a arma do policial, que o reconheceu no hospital e veio até a delegacia para formalizar o auto de reconhecimento.”

Três erros da ação, segundo manual da PM

PM entra sozinho no ônibus e é dominado

O Manual de Abordagem a Veículos e Edificações da PM estabelece que a abordagem deve ser feita “em local que disponha de efetivo de apoio”. Os policiais são instruídos a agir com cautela e só devem embarcar para realizar revistas em dupla. “A ação conjunta faz parte dos ditames necessários para a ação policial.”

Bloqueio policial é furado pelo ônibus

A barreira formada por duas viaturas não foi suficiente para bloquear totalmente a avenida, permitindo que os assaltantes escapassem. O manual requer que os carros sejam dispostos em ângulos de 45 graus diante do veículo abordado e o policial “esteja atento quanto às possíveis rotas de fuga”.

Tiros

As instruções são claras: “Em caso de perseguição, NÃO ATIRE em direção ao carro de fuga, evitando o risco de atingir pessoas alheias àquela situação, possíveis reféns a bordo do veículo, assim como a pessoa em atitude suspeita”. A polícia afirmou que os agentes tentavam atingir os pneus do carro, o que também não é recomendado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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