O desempenho em Matemática e Português dos alunos da rede estadual paulista melhorou em 2014, mas ainda está longe do nível considerado “adequado” no ensino médio e nos anos finais do ensino fundamental, segundo avaliação feita pelo próprio governo do Estado. As duas etapas de ensino são consideradas gargalos para o avanço da qualidade da educação pública.
Os resultados da última edição do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) foram divulgados nesta segunda-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Nos anos iniciais do fundamental, também houve melhora nas duas disciplinas, mas só Matemática ficou abaixo do “adequado”, conforme os patamares de avaliação do Saresp.
No ensino médio, a nota de Português melhorou de 262,7 pontos para 265,5 pontos entre 2013 e 2014. O patamar adequado é de 300 pontos. Isso significa, por exemplo, que os estudantes têm dificuldades em interpretar diálogos em uma tira de quadrinhos. Já em Matemática, esse mesmo grupo de alunos passou de 268,7 pontos para 270,4 pontos – o nível adequado é de 350 pontos. Os adolescentes não conseguem, por exemplo, interpretar dados de uma tabela simples.
Nos anos finais do ensino fundamental, a nota subiu de 226,3 para 231,4 em Português (o adequado é 275 pontos). Nos anos finais, o avanço foi de 242,6 pontos para 243,1 pontos (o adequado é de 300 pontos). Nos anos iniciais do fundamental, a melhora em Português foi de 199,4 pontos para 203,7 pontos (o adequado é 200 pontos). Em Matemática, a mudança foi de 209,6 pontos para 216,5 pontos (o adequado é 225 pontos). Questionado sobre as dificuldades de melhorar o ensino estadual, Alckmin respondeu que a rede paulista é uma das melhores do País. “Estamos com uma rede de quatro milhões de alunos, praticamente, e estamos sempre entre as três melhores redes de ensino do País: nós, Santa Catarina e Minas Gerais”, afirmou. “No ensino médio, entrou Goiás, mas nós continuamos entre os melhores, com uma rede bastante grade”, continuou.
A meta, segundo a Secretaria da Educação do Estado, é aumentar em 10% o número de alunos no patamar adequado em cada uma das próximas edições do Saresp. A pasta também destacou o alto índice de participação entre os alunos da rede na última edição do exame: 90,1% dos matriculados participaram da prova, o que corresponde a 1,3 milhão de crianças e adolescentes. Além da avaliar a qualidade da educação pública estadual, os resultados do Saresp também pesam na distribuição de bônus aos professores. O Saresp compõe o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), principal indicador de qualidade educacional paulista. Docentes das escolas que superam suas metas no Idesp ganham gratificações salariais.