Empresa ia direto ao cofre em Roraima

Boa Vista – A Polícia Federal e o Ministério Público Federal reuniram provas de que os donos da empresa privada encarregada de fazer os pagamentos ao funcionalismo em Roraima tinham autorização para movimentar as contas oficiais do governo do estado. O esquema começou na gestão do ex-governador Neudo Campos, preso na última semana por envolvimento no escândalo dos gafanhotos (apelido dado aos servidores laranjas), e foi mantido pelo atual governador, Flamarion Portela (PT). Na gestão do petista, o secretário de Fazenda, Jorci Mendes de Almeida, manteve a irregularidade.

De acordo com o inquérito, Oscar Maggi e Edson Hispagnol, donos da Nsap, assinaram cheques para sacar dinheiro das contas oficiais e pagar compras em lojas de Boa Vista em valores que normalmente chegavam a R$ 80 mil ou R$ 100 mil, sem qualquer comprovação da despesa, sem processo de licitação ou tomada de preços. Há nos autos cópia de um cheque usado para sacar R$ 35 mil de uma das contas do estado para o pagamento às Lojas Perin, que vende eletrodomésticos e móveis em Boa Vista.

Com um outro cheque, os donos da Nsap, que depois passou a se chamar Amazon Service Bank, sacaram R$ 1,2 milhão da conta oficial do estado. A explicação oficial é de que a verba foi usada para pagar a servidores, mas até agora não foi apresentada comprovação. Os delegados e os procuradores já sabem que parte dos recursos desviados pela Nsap era proveniente de repasses federais para obras no estado.

O governador Flamarion Portela (PT) admitiu que a autorização para a Nsap movimentar as contas oficiais era ilegal, mas disse que só ficou sabendo em fevereiro de 2003, quando recebeu do Ministério Público uma advertência sobre a irregularidade.

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