Trabalhadores rurais sem-terra acampados desde ontem na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Maceió participaram nesta quarta-feira (19) de uma missa e deram início a um jejum coletivo em solidariedade ao bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio, que há 23 dias realiza uma greve de fome contra as obras de transposição do Rio São Francisco.

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O protesto é organizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que integra as entidades dos movimentos sociais que lutam pela reforma agrária em Alagoas. Ao todo, cerca 150 trabalhadores rurais – incluindo mulheres e crianças – participaram da manifestação e estão dispostos a continuar ocupando a sede do Ibama até que o governo federal suspenda em definitivo as obras de transposição do São Francisco.

"Estamos nessa luta em defesa das comunidades ribeirinhas, que dependem do rio para sobreviver e estão contra o projeto da transposição, que só atende aos interesses das empreiteiras, dos latifundiários e dos grandes produtores rurais", afirmou Carlos Lima, coordenador da CPT em Alagoas. "Fazemos o jejum para conseguirmos uma intervenção divina, já que praticamente perdemos a esperança na justiça dos homens", justificou Lima, acrescentando que o Ibama foi invadido porque foi o órgão responsável pela liberação da licença ambiental para o início das obras.

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