Um vídeo de 36 horas ininterruptas, gravado por uma câmera de segurança de um edifício em frente ao local onde o carro da mãe do estudante Marcelo Pesseghini ficou estacionado, mostra o garoto de 13 anos saindo sozinho do automóvel próximo ao colégio, no dia em que foram assassinados quatro membros da família, na Brasilândia, zona norte de São Paulo.

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As imagens são analisadas pela polícia. O estudante é suspeito de ter matado os pais, o casal de PMs Luiz Marcelo e Andréia Pesseghini, a avó materna, a tia-avó e, depois ter ido à escola, se suicidado. De acordo a polícia, as provas indicam cada vez mais que o adolescente é autor dos crimes. A investigação aponta que ele teria matado a família na noite do dia 5 ou no início da madrugada do dia 6, dirigido o carro da mãe de madrugada até o colégio e assistido a aula normalmente. Em seguida, o estudante voltou de carona com um pai de um amigo e se matou.

 

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Nesta segunda-feira, 19, segundo agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foram ouvidos os depoimentos mais convincentes dessa tese: três colegas de Marcelo que disseram que o garoto confessou ter matado os pais. Os adolescentes, da faixa de 13 anos, estavam acompanhados dos pais e advogados.

Alguns até choraram. Conforme pessoas presentes, eles deram detalhes que revelaram uma outra face de Marcelo, que no início foi descrito por professores e vizinhos como um bom filho. Os colegas disseram que não acreditaram quando a amigo afirmou que matou os pais. Eles também afirmaram que Marcelo evitava mostrar a mochila. Na data do crime, ele não levou material escolar. A mochila foi apreendida pela polícia e conteria dinheiro, cartão de crédito, papel higiênico e perfume – supostamente para plano de fuga.

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Para a Polícia Civil, falta somente a chegada dos laudos para o caso ser encerrado. De acordo com o delegado do DHPP Itagiba Franco, os laudos dos Institutos Médico-Legal (IML) e de Criminalística (IC) ficarão prontos na próxima semana. Nesta quarta-feira, 21, o Franco ouviu mais uma testemunha. Outro depoimento considerado importante, o da médica de Marcelo, Neiva Damaceno, está programado para esta quinta-feira, 22. Por causa da doença degenerativa (fibrose cística), a médica acompanhava o menino desde que ele tinha 1 ano. Cerca de 35 testemunhas já prestaram depoimento sobre o caso.

Perfil

Franco ainda pediu um parecer do psiquiatra forense Guido Palomba para traçar um perfil psicológico do garoto. Até agora, Palomba só acompanhou a investigação pelo noticiário, mas ainda deverá ler todos os depoimentos e entrevistar as testemunhas que possam confirmar que o menino sofria de alguma anormalidade mental. Segundo psiquiatra, os fatores que poderiam ter contribuído para o ataque seriam a estrutura familiar, a fibrose cística (doença degenerativa de que ele era portador), remédios, desenvolvimento mental incompleto (por causa da idade) e algum aborrecimento na data do crime.

“Os depoimentos dão subsídios iniciais, mas poderemos ter estudos complementares, dependendo do que for identificado”, disse. Ele quer ouvir a médica do garoto. Segundo o perito, a especialidade dela não permite diagnosticar se o estudante sofria de algum transtorno psiquiátrico e, por isso, Palomba quer colher informações dela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.