Elize Matsunaga vai a júri popular só em 2013

O resultado da audiência de instrução que define se Elize Araújo Kitano Matsunaga, 30, vai ou não a júri popular deverá ser decidido somente no próximo ano. Ela é acusada de assassinar seu marido, Marcos Matsunaga, 42.

A segunda sessão da audiência do processo, presidida pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, foi iniciada por volta das 11h15 de hoe no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Foram ouvidas quatro testemunhas: o delegado Valter Sergio de Abreu, a prima da vítima, Cecília Yone Nishioka – ambos de acusação – e dois peritos, Jorge Pereira de Oliveira e Ricardo Salada – testemunhas comuns à acusação e à defesa.

Uma garota de programa conhecida como Natália, que teria sido o estopim da briga entre Matsunaga e Elize, também deveria depor hoje, porém ela não compareceu à audiência. A testemunha não foi localizada no endereço fornecido, e portanto, ainda não foi intimida a prestar seu depoimento.

Na primeira parte da audiência, no mês passado, foram ouvidos o delegado Mauro Gome Dias, que concluiu o inquérito do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa); Mauro Matsunaga, irmão de Marcos; Willian Coelho de Oliveira, detive contratado por Elize para filmar traição do marido; Horácio Rubem D’Abramo, amigos de Marcos; e Amonir Hercilia dos Santos, babá da filha do casal.

No próximo dia 26, uma testemunha de defesa deverá prestar seu depoimento por precatória em Curitiba. A quarta sessão será realizada no dia 11 de dezembro, quando a Justiça tentará ouvir Natália novamente. A babá Mauriceia José Gonçalves dos Santos, testemunha comum, e Elize também devem prestar seus depoimentos.

Após as últimas oitivas, o Ministério Público e a defesa terão 15 dias para apresentarem suas alegações finais. Depois desse prazo, o juiz recebe os autos e dá a sentença.

Porém, como o fórum ficará em recesso entre os dias 20 de dezembro e 7 de janeiro, a acusação e a defesa terão até o dia 16 de janeiro para concluírem suas alegações, de forma que o juiz deve decidir se Elize vai a júri popular somente no início de 2013.

Elize é ré confessa e está presa desde o dia 4 de junho no Complexo Penitenciário de Tremembé (a 138 km de São Paulo). Ela é acusada de homicídio doloso triplamente qualificado (que serve para aumentar a pena): motivo torpe (vingança), recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.

Em novo depoimento à polícia na semana passada, Mauriceia afirmou que Elize comprou uma serra elétrica portátil no dia em que Marcos foi morto e esquartejado. O equipamento foi adquirido no Paraná, pouco antes de Elize, a filha e a babá retornarem para São Paulo.

Em agosto, a Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa. A liminar do pedido de liberdade já tinha sido negada em junho.

Crime

O crime ocorreu em 19 de maio, no apartamento onde o casal vivia, na Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), e os pedaços do corpo de Marcos foram jogados em locais distintos de Cotia (Grande São Paulo).

Segundo a defesa de Elize, ela matou Marcos após uma discussão na qual foi agredida por ele e também porque temia ficar sem a guarda da filha, em uma eventual separação do casal. A briga entre o casal começou porque Elize confrontou Marcos com a descoberta de uma traição por parte dele.

Para a Promotoria, Elize matou e esquartejou o marido de maneira premeditada para se vingar porque era traída e também para ficar com R$ 600 mil de um seguro de vida da vítima.

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