Elias Maluco é preso e pede: ?Não me esculacha?

O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, de 36 anos, foi preso às 8h45 de hoje, no segundo andar de uma casa de alvenaria, em um beco na Favela da Grota, na zona norte do Rio. Ele é acusado pelo assassinato do repórter Tim Lopes, da Rede Globo, executado em 2 de junho. ?Perdi, chefia. Não me esculacha, não?, disse o traficante ao ser abordado, sem oferecer resistência, a apenas 400 metros da base de operações da polícia. Moradores da favela denunciaram onde era o esconderijo.

Hoje foi o terceiro dia da operação da Polícia Civil, que mobilizou 500 homens no cerco ao criminoso. Faltava  uma semana para o fim do prazo dado pela Secretaria da Segurança Pública para que Elias Maluco fosse capturado. Agora, dos nove denunciados pelo assassinato do repórter, sete estão presos, um morreu em suposto confronto com policiais e outro teria se suicidado, segundo laudo pericial.

Elias Maluco estava desarmado, sem camisa, de bermudas, descalço e não resistiu. O inspetor João Carlos Couto, de 45 anos, da Divisão de Capturas-Oeste da Polinter, contou que viu o traficante por uma fresta, atrás de uma porta, no segundo andar. ?Ele estava escondido atrás da porta e disse que estava desarmado. Quando entrei, se entregou, implorando para não ser esculachado.?  

Desculpas – Os donos da casa – um homem de 70 anos e sua esposa – permitiram a entrada dos policiais para a revista e ficaram muito assustados com a possibilidade de serem envolvidos no episódio. ?Eles ficaram pedindo desculpas ao Elias Maluco e disseram que não tinham denunciado?, contou o inspetor André Coppola, de 30 anos. Segundo os policiais, a mulher passou mal. ?A gente sabe que se eles não tivessem permitido a entrada do Elias teriam morrido. Ele ficava trocando de casa a todo momento?, disse. Assim como Coppola, Celso Azoury, de 22, entrou na Polícia Civil por meio de concurso realizado há cinco meses.  

Outro homem foi preso na operação, mas até o começo da noite a polícia não sabia se ele tinha alguma ligação com o traficante. De acordo com o coordenador das delegacias especializadas, Fernando Moraes, o traficante estava escondido no alto do morro até o início da tarde de quarta-feira (18), de onde saiu para ir até a casa dos idosos.

Promoção – Todos os policiais que participavam do cerco ao criminoso festejaram a prisão com gritos, palmas e cumprimentos. Até policiais militares que não estavam na operação aplaudiram os colegas.

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