São Paulo

(AE) – Empresários e economistas criticaram ontem a idéia do candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL) de que os presidentes de empresas e bancos estatais (Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) devem ser funcionários de carreira escolhidos pelos colegas de trabalho. O risco de que a empresa fique refém dos interesses corporativistas e de que a escolha não recaia no funcionário mais preparado são algumas das principais dificuldades apontadas na proposta de Lula.

Para o professor William Eid Júnior, titular da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), um dos grandes perigos é que os interesses corporativistas dos funcionários se sobreponham aos da empresa. Para ele, a companhia tem de buscar o profissional mais competente, quer ele faça parte dos quadros da empresa ou não.

Segundo Eid Júnior, deixar a escolha do presidente da companhia nas mãos dos funcionários não faz sentido nem do ponto de vista da teoria de administração de empresas nem da prática administrativa. “Isso é uma bobagem”, afirma ele.

O presidente do Conselho de Administração da empresa de embalagens Dixie Toga, Sérgio Haberfeld, também rechaça a idéia. Para ele, há um risco muito grande de que a escolha não recaia no funcionário mais bem preparado, mas no que saiba se comunicar melhor ou que distribua favores. Haberfeld afirma que pode haver uma pré-seleção entre empregados, dentro de critérios mínimos de formação e preparo, mas entende que a escolha final deve ser do presidente. Ele não vê problemas na indicação de um executivo do mercado, desde que o escolhido conheça o setor da empresa.

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