Trabalho

Licença-paternidade é estendida para 8 semanas por multinacional que atua no Brasil

A licença de oito semanas entra em vigor em outubro e vale para pais biológicos e adotivos. Foto: Freepik/Yanalya

A P&G, gigante de bens de consumo dona de marcas como Pantene, Gilette, Pampers e Always, anunciou nesta semana que passa a conceder globalmente licença-paternidade remunerada de oito semanas para seus funcionários. A medida entra em vigor em outubro e vale para pais biológicos e adotivos e para casais hétero e homoafetivos.

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“A nova estrutura visa remover o estigma de gênero na prestação de cuidados aos filhos, dando a todos os pais acesso equitativo à licença remunerada e, portanto, mudar os padrões culturais da sociedade”, afirma a empresa.

Os funcionários podem tirar o período de licença continuamente ou fazer um intervalo, em até 18 meses a partir da data do nascimento ou adoção da criança.

No caso de casais homoafetivos, a P&G dá a possibilidade deles ou delas estruturarem as licenças da forma como a família achar mais adequada, decidindo quem ficará com o benefício concedido por lei de seis meses referente à licença-maternidade, e quem ficará com o novo benefício.

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“Ao reforçar nossa política de licença parental remunerada, buscamos promover a equidade no trabalho e em casa e, assim, contribuir para um ambiente de trabalho onde nossas pessoas se sintam mais engajadas e para uma sociedade mais inclusiva”, diz Raíssa Fonseca, gerente sênior de recursos humanos da P&G, em comunicado.

No Brasil

No Brasil, a Constituição prevê licença-paternidade de cinco dias, que se inicia no primeiro dia útil após o nascimento da criança. Se a empresa estiver cadastrada no programa Empresa Cidadã, instituído em 2008 pelo governo federal, o prazo é estendido para 20 dias.

Os empregadores têm liberdade para conceder licenças acima do prazo legal, o que pode ser negociado em acordo ou convenção coletiva.

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Com sua nova política, a P&G se iguala à licença-paternidade média de países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que é de oito semanas, segundo levantamento de 2018 da entidade.

A licença-paternidade definida pela Constituição brasileira representa apenas 9% das oito semanas de média da OCDE.

Ainda conforme a organização, os países com maiores licenças-paternidade são Coreia do Sul (que oferece 52,6 semanas de licença aos pais), Japão (52), França (28), Portugal (22,3) e Bélgica (19,3).