Diretora da Anac admite falta de preparo para enfrentar crise

A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, afirmou, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a crise aérea, que nenhum especialista em aviação civil havia sido formado e estava preparado para enfrentar a crise aérea que surgiu após o choque do Boeing da Gol com o jato Legacy, em 29 de setembro passado.

Em rápida exposição, Denise Abreu procurou associar sua carreira no serviço público não apenas a amizade com o ex-ministro José Dirceu, que a convidou para trabalhar na assessoria jurídica da Casa Civil, mas também à sua experiência em São Paulo. Ela fez um extenso relato de sua trajetória profissional. Contou que antes mesmo do governo de Mário Covas, do PSDB, foi assistente técnica da secretaria de segurança pública do governo e Franco Montoro, do PMDB. De 1984 a 1986 foi assessora jurídica do Tribunal de contas de São Paulo, quando Mario Covas era prefeito da capital.

Ela ingressou por concurso público na Procuradoria jurídica de são Paulo. De 1991 a 1995 assumiu o cargo de assistente jurídica a convite do procurador de são Paulo. Foi chefe de gabinete da Secretaria de Saúde de São Paulo, na época de Mario Covas, e trabalhou na Febem. Contou que José Dirceu a requisitou para integrar a assessoria jurídica da Casa Civil mas o pedido foi recusado pela Procuradoria. Ela, então, pediu exoneração e foi trabalhar na Advocacia Geral da União.

"Minha indicação decorre de uma longa trajetória na gestão da administração pública. Devo ter algumas qualidades", afirmou à CPI. Acrescentou que foi indicada para a Anac pelo fato de ter participado da elaboração do projeto com o marco regulatório das agências reguladoras. Denise Abreu reclamou que seus críticos sempre desconsideraram o seu trabalho às causas sociais e disse que não fuma charuto. Queixou-se também do brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, que a chamou de "terrível". Pereira presta depoimento à CPI neste momento.

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