Dilma: País terá meta numérica de redução de CO2

O governo federal mudou de posição sobre a adoção de uma meta para reduzir as emissões de gases que provocam o aquecimento global. Ao fim de uma reunião ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes da academia e da sociedade civil, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o Brasil levará “um compromisso com um número” para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que será realizada em Copenhague, no mês que vem.

O anúncio foi feito no fim da tarde, algumas horas depois de o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o secretário de Meio Ambiente, Xico Graziano, alfinetarem o governo federal durante a sanção de lei estadual que fixa redução de 20% na emissão de gases-estufa até 2020, com base no nível de 2005. O Estado foi o primeiro do País a ter meta de carbono.

“Tenho visto autoridades dizendo que não dá para conciliar desenvolvimento com proteção ao ambiente. Mas o que atrapalha o crescimento são os juros do Banco Central”, disse Serra, referindo-se à ministra Dilma, sem citá-la diretamente.

Na semana passada, Lula havia dito que o País não resumiria suas metas na forma de um número. Porém, ontem, Dilma deixou claro que o País assumirá um compromisso voluntário numérico em Copenhague. O número inicialmente proposto pelo Ministério do Meio Ambiente era de 40% de redução da taxa de crescimento das emissões até 2020. Dilma disse que a questão só será definida no dia 14, mas que “não está muito distante disso”.