Dezenas acompanham velório de dom Eugenio

Cerca de 500 pessoas acompanharam nesta tarde a primeira missa em homenagem ao cardeal dom Eugenio Sales, morto ontem vítima de um infarto.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), participaram da cerimônia.

O corpo do cardeal chegou à Catedral Metropolitana do Rio às 12h. Durante o cortejo, uma pomba branca pousou sobre o caixão e ali ficou por quase toda a cerimônia, que durou cerca de uma hora e meia.

O arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, afirmou que nos últimos dois anos dom Eugenio “foi se desligando aos poucos”.

“Ele morreu serenamente. Ao repousar no dia de ontem, os enfermeiros viram que ele não respirava mais e partiu serenamente”, disse dom Orani, antes da cerimônia.

O arcebispo disse que dom Eugenio “viveu intensamente sua vida humana e cristã”.

“Como cardeal, serviu como ninguém a igreja. Subserviu também em momentos difíceis, como na época da perseguição política, ao acolher as pessoas que estavam sendo perseguidas para que não fossem presas ou mortas”, disse dom Orani.

Paes afirmou que “dom Eugenio é um nome que se confunde com a história do Rio”.

Pomba

Durante grande parte da cerimônia, uma pomba branca ficou repousada. Ela foi levada pelo assessor da presidência da Cruz Vermelha do Rio, Gilberto de Almeida, 60. Ele disse que levou o pássaro em homenagem ao cardeal, por ter “lutado tanto pelas causas humanitárias”.

“Pedi para soltar a pomba depois do Hino Nacional. Quando terminou, soltei ela, mas ela parou e ficou sobre o caixão. Não sei como isso aconteceu”, disse ele.

Almeida disse ter sido uma das pessoas que recebeu apoio de dom Eugenio durante enchentes na praça da Bandeira, no Rio, em 1964.

Luto

O governo do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias no estado, por causa da morte do arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro, dom Eugenio de Araujo Sales.