O desmatamento na Amazônia Legal, em agosto, ficou 47% menor na comparação com agosto de 2009, passando de uma área de 498 quilômetros quadrados para 265 quilômetros quadrados. “Este é um ótimo resultado, mas temos que avançar. Não precisamos ter desmatamento na Amazônia”, avaliou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Os dados são produzidos pela Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe).

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Em 2008, segundo dados divulgados hoje, 756 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia legal e, no ano seguinte, esse território passou para 498 quilômetros quadrados, uma queda de 34%. “Verificamos um padrão de redução do desmatamento sustentável: caiu em 2009 e caiu agora”, disse a ministra, atribuindo esse resultado ao planejamento e à fiscalização ambiental. Os Estados que compõem a Amazônia Legal são: Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Maranhão, Roraima, Acre, Tocantins e Amapá. A expectativa é de que, até o fim de novembro, o Ministério do Meio Ambiente anuncie todos os dados consolidados.

Desmate nos Estados

Entre os Estados mencionados, o Amazonas foi o único a apresentar aumento do desmatamento de janeiro a agosto na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o crescimento nesse Estado foi de 26% no período, passando de uma área de 87,6 para 110,71 quilômetros quadrados. Os demais oito Estados da região apresentaram redução no período.

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A ministra do Meio Ambiente afirmou que o Amazonas tem demonstrado aumento do desmatamento, mas que o ministério está atacando o crescimento dessa atividade. “O desmatamento é um crime ambiental, que combateremos assim como também combatemos o crime tributário, porque quem faz isso, sonega, além de realizar outros crimes”, comentou.

Já o coordenador-geral de zoneamento e monitoramento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), George Ferreira, salientou que parte do aumento verificado no Amazonas é por conta das nuvens que cobriam o Estado no ano passado e impediam a verificação. A ministra enfatizou, porém, que equipamentos novos conseguirão identificar a situação real das áreas, mesmo quando há incidência de nuvens nas regiões verificadas, e que eles já estão em processo de ajuste. “A questão das nuvens está deixando de ser um gargalo. Isso ficará para o próximo governo”, afirmou.

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No Pará, houve redução de 53% da área desmatada de janeiro a agosto, passando de 1.275 quilômetros quadrados nos primeiros oito meses de 2009 para 599 quilômetros quadrados este ano. No Mato Grosso, a queda foi de 40%, de 756 quilômetros quadrados para 452 quilômetros quadrados. Em Rondônia a redução foi de 151 quilômetros quadrados para 122 quilômetros quadrados (-19%); no Maranhão, de 100 quilômetros quadrados para 61 quilômetros quadrados (-38%).

Em Roraima, de 50 quilômetros quadrados para 30 quilômetros quadrados (-39%); no Acre, de 10 quilômetros quadrados para 7 quilômetros quadrados (-28%) e, em Tocantins, de 19 quilômetros quadrados para 6 quilômetros quadrados (-66%). No Amapá, não foi identificada nenhuma área de desmatamento de janeiro a agosto deste ano. No mesmo período de 2009, estava em 4 quilômetros quadrados.