Desabamento mata 5 crianças no Rio

Rio – Um desabamento de casas na Travessa São Vicente de Paulo, da favela de Vila Cruzeiro, na Penha, provocou ontem a morte de cinco crianças, no Rio de Janeiro. Três são filhos de Alessandra Santos da Silva, de 26 anos, que ficou ferida e está internada no Hospital Getúlio Vargas: Bruno da Costa Duarte, de 5 anos, Bianca, 6 anos, e Ingrid, 8 anos. Os outros dois irmãos mortos, Lourença Silva dos Santos, de 3 anos, e Natan, 2 anos, são filhos de Fernanda da Silva, de 23 anos. Ela teve um corte na boca.

Os outros feridos encontrados não correm risco de morrer. Três pessoas foram internadas no Hospital Getúlio Vargas, entre elas Michele Cristina de Oliveira Mendes, de 17 anos. Vinte casas foram interditadas pois ainda há risco de novos desabamentos. Técnicos da Defesa Civil estão investigando as causas do deslizamento de terra. Uma obra realizada irregularmente na encosta teria provocado a tragédia.

O desabamento provocou troca de acusações entre a Secretaria Municipal de Obras e o Departamento de Estradas de Rodagens (DER) do governo do Estado. Uma obra realizada de forma irregular no local pode ter causado a tragédia, mas nenhum órgão admite ser responsável. Há duas versões para o caso. Segundo o presidente da Associação de Moradores e Amigos da Penha, Sérgio Clemente, o desabamento pode ter sido causado por uma rachadura na viela que separava as casas. Segundo ele, a rachadura apareceu há um mês, depois que o governo do estado fez uma obra no local, financiada pelo DER, há cerca de dois anos.

A assessoria de imprensa do DER, no entanto, afirma que o departamento fez apenas uma obra de pavimentação na rua que passa atrás da favela e alega que as obras de contenção seriam de responsabilidade da Prefeitura. Clemente disse que conversou sobre o problema com o secretário municipal de Obras, Eider Dantas, que tinha prometido mandar um técnico ao local. Mas ninguém teria aparecido. A assessoria da secretaria disse que a reunião aconteceu no último dia 7 e que a Geo-Rio não foi ao local por causa das chuvas e porque o governo estadual que deveria tomar providências. Será feito um trabalho de investigação para saber se o deslizamento aconteceu por causa da obra feita de maneira irregular, sem acompanhamento técnico, disse o coordenador da Defesa Civil do município, coronel João Carlos Mariano.

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