Deputados protestam na Embaixada americana

Brasília – Um grupo de cerca de 20 deputados de partidos de esquerda foi barrado ontem pela segurança da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em Brasília, ao tentar encaminhar à embaixadora Donna Hrinak um documento assinado pelo presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e parlamentares de todas as legendas, em repúdio à guerra contra o Iraque. Eles foram em comitiva até a Embaixada, mas não conseguiram entrar e nem sequer entregar o manifesto. Segundo a deputada Jandira Feghalli (PC do B-RJ), que integrava a comissão, o porteiro da Embaixada dos EUA fez várias exigências para receber a nota.

Entre elas, a de que os deputados deveriam permanecer a uma certa distância do prédio e retirar um grupo de estudantes que fazia uma manifestação no local, contra o conflito. Caso esses pedidos fossem cumpridos, o funcionário da Embaixada prontificaria-se a receber o comunicado.

Desrespeito

Os parlamentares consideram a atitude do porteiro um desrespeito à instituição da Câmara, uma vez que o texto é assinado pelo presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP). “Foi um desrespeito à Câmara dos Deputados e vamos ver agora quais as providências que a Casa e o Itamaraty tomarão diante disso”, disse Jandira. Antes de saírem do local, os deputados leram o manifesto, fizeram um minuto de silêncio e, em seguida, gritaram “Fim da guerra, pela paz!”. Faziam parte do grupo, entre outros, Jandira, os deputados Wagner Lago (PDT-MA), Luciana Genro (PT-RS) e Maria José Maninha (PT-DF).

Por meio da assessoria, a Embaixada informou não ter tido conhecimento da vinda dos parlamentares. Os deputados, porém, disseram que telefonaram ao Setor Político da representação diplomática para marcar o encontro, sem terem recebido resposta.

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