O Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), junto com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil Estadual, vai vistoriar prédios comerciais antigos na capital fluminense para avaliar as condições de segurança contra incêndios e estocagem de produtos.
O vice-presidente do Crea, Jaques Sherique, afirma que a inspeção foi motivada pelos dois graves incêndios que ocorreram na semana passada. Um deles atingiu o Hospital Universitário Pedro Ernesto, na zona norte, e deixou uma pessoa morta na quarta. O outro ocorreu na sexta em uma loja de artigos de festa, em Copacabana, na zona sul.
Ele ressaltou que uma comissão vai definir a data para o início das inspeções. “Estamos remontando esse trabalho que sempre fizemos. Agora não temos uma programação definida porque depende de outros órgãos públicos. O Crea funciona como parceiro dando suporte nos aspectos de avaliação das condições de segurança de risco das instalações”, disse.
Ainda segundo Sherique, cerca de 10% das denúncias recebidas pelo órgão tratam de problemas em obras e reparos em prédios, incluindo os públicos. “Nós vamos também incluir nessa força-tarefa a fiscalização de estabelecimentos públicos. Uma das principais queixas é que esses estabelecimentos estão há algum tempo sem fiscalização e, como recebem uma quantidade de público muito elevada, é importante que se possa avaliar essas condições para propor e sugerir melhorias”, afirmou.
O vice-presidente do conselho informou que a vistoria vai servir para indicar o local mais adequado para cada setor dentro de um edifício. Segundo Sherique, o almoxarifado do hospital, setor onde começou o incêndio, estava em local inapropriado, por exemplo.
“No caso do hospital Pedro Ernesto, o almoxarifado estava em uma área inadequada. O ideal é que se construa em uma área isolada para, em caso de qualquer eventualidade, não interferir na operação da unidade. Porém, nunca no interior de um hospital”, completou.
O Hospital Universitário Pedro Ernesto informou que está apurando a denúncia do Crea de que o almoxarifado estaria em local inadequado.
Das sete crianças transferidas do hospital para outras unidades por causa do incêndio, quatro são bebês e apenas uma teve alta. Uma das crianças deve retornar ao hospital até amanhã e duas ainda não têm previsão de alta.
Oito adultos, também levados a outras unidades de saúde, continuam internados. De acordo com o hospital, apenas o setor de hemodiálise continua parado. As seis enfermarias interditadas pela Defesa Civil no dia do incêndio foram liberadas hoje, mas ainda vão passar por limpeza.