José Eduardo Dutra reuniu-se durante toda a tarde de hoje com a futura ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. O tema principal do encontro, que começou antes de meio-dia, foi uma nova política para preços de combustíveis. O deputado federal Luciano Zica (PT-SP) e outros especialistas em energia também participaram da reunião.
O nome de Dutra será apresentado quinta-feira à assembléia de acionistas da Petrobrás, que elegerá o novo presidente do Conselho Administrativo da estatal. Atualmente, o conselho é presidido pelo chefe da Casa Civil, Pedro Parente. O Conselho de Administração da Petrobrás é formado por nove integrantes, sendo cinco indicados pela União, o sócio majoritário. São eles o presidente da empresa, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os ministros do Planejamento, Minas e Energia e Casa Civil.
Os outros quatro conselheiros são indicados pelos acionistas minoritários. Até quinta-feira, portanto, o governo terá de anunciar oficialmente também o novo presidente do BNDES, que deverá ser o atual reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o economista Carlos Lessa.
Opção pessoal
Lessa não é preferido do futuro ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, mas foi uma escolha do próprio Lula. É possível que o BNDES Exim, financiador de projetos de comércio exterior, seja desmembrado do BNDES, ganhando mais autonomia, sob o comando de alguém de confiança de Furlan.
Na Petrobrás, apesar de não ter havido o comunicado formal de que o substituto de Francisco Gros será mesmo José Eduardo Dutra todas as providências foram tomadas para a solenidade de posse do novo presidente da estatal na sexta-feira.
Futuro presidente da maior estatal do País, com investimentos para o ano que vem previstos em aproximadamente R$ 6 bilhões, José Eduardo Dutra geólogo, foi candidato derrotado ao governo de Sergipe. Começou a militância no movimento estudantil da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde estudou. Diretor de um dos mais prestigiados centros de produção de conhecimento do País, a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ, Pinguelli Rosa é considerado um dos maiores especialistas brasileiros em energia e coordenou a elaboração do programa petista para o setor, durante a campanha eleitoral deste ano para a Presidência da República.
PT busca governadores
Brasília
(AE) – O assédio direto aos governadores é a arma que o PT intensifica nos últimos dias para conquistar maioria de apoio no Congresso ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Com o poder de quem tem um governo novo, mesmo em ano de orçamento apertado, os petistas tentam atrair o apoio das bancadas estaduais, via governadores do partido. O presidente nacional do partido, deputado José Genoino (PT-SP), é um dos que têm conversado com os novos governadores.Genoino afirmou que a falta de um acordo com o PMDB para a composição do ministério não impedirá o PT de atingir maioria absoluta no Congresso.
Lula reúne área social
Brasília
(AE) – Às vésperas de ser empossado presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se com os futuros ministros da área social hoje. Lula marcou a reunião para apressar o debate em torno da unificação das políticas sociais que serão adotadas pelo futuro governo. Tudo para garantir o que a equipe técnica do PT denomina “matricialidade”, ou seja: um governo articulado em torno do projeto estratégico global em que a grande “matriz” será o programa “Fome Zero”, prioridade absoluta da nova administração petista.O presidente Lula deverá repetir a seus ministros que tem pressa porque está decidido a acabar com duas das maiores deficiências do atual governo, apontadas pelos técnicos que trabalharam na transição: o paralelismo e a pulverização de ações. Em busca de uma gestão mais eficiente a um custo mais baixo, o PT quer estabelecer desde já na administração federal seu novo modelo de administração pública.
O encontro de trabalho do presidente eleito com cinco integrantes de seu ministério foi confirmado hoje pelo novo secretário de imprensa do Palácio do Planalto, Ricardo Kotscho. Estarão presentes os futuros ministros Cristovam Buarque (Educação), Humberto Costa (Saúde), Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social) e José Graziano (Segurança Alimentar e Combate à Fome).
PR espera por indicação
(Redação e AE)
Entre os nomes do Paraná cotados para assumir cargos no segundo escalão do governo, o único a confirmar que esteve com a equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, foi o deputado federal eleito Paulo Bernardo (PT). Ontem, ele confirmou que foi sondado pelos futuros ministros da Fazenda, Antônio Palocci Filho, e da Casa Civil, deputado reeleito José Dirceu (PT-SP), sobre a possibilidade de assumir a presidência do Banco do Brasil (BB), mas afirmou que “não passaram de conversas gerais” e que não “existe nada de concreto”.
“Eu sequer cheguei a ser consultado se aceitaria ou não pois teria de renunciar ao meu mandato de deputado”, afirmou. “Portanto, não há nada, absolutamente nada de concreto. Foram apenas conversas sobre possibilidades”, disse. Bernardo, que tem origem política no Sindicato dos Bancários, integra o grupo histórico da fundação do partido, é ligado ao futuro secretário de Estado de Comunicação de Governo da Presidência, Luiz Gushiken, e amigo de Palocci Filho. O deputado do PT do Paraná foi secretário da Fazenda de Mato Grosso do Sul e da Prefeitura de Londrina.
Já o vereador de Curitiba e deputado federal eleito Jorge Samek (PT) jantou anteontem com Lula, na Granja do Torto, mas não obteve a confirmação de sua escolha para o cargo. Samek continua em Brasília, onde vai acompanhar a posse do presidente eleito.