Declarações de coronel sobre mortes surpreendeu delegado

O delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Luiz Maurício Souza Blazeck, disse na tarde desta quinta-feira, 08, que as declarações do comandante do 18º Batalhão, coronel Wagner Dimas, sobre o crime ocorrido esta semana na Brasilândia, na zona norte da capital, também o surpreenderam. Dimas afirmou nessa quarta-feira, 07, que a cabo Andreia Pesseghini, de 36 anos, morta em casa com a família, havia denunciado colegas por participarem de roubos a caixas eletrônicos. O oficial chegou a cogitar que a delação pudesse ser o motivo dos assassinatos e colocou em dúvida a principal linha de investigação da polícia: o filho de 13 anos de Andreia teria assinado os pais, a avó, a tia-avó e cometido suicídio.

Nesta quinta-feira, o coronel voltou atrás e negou haver qualquer denúncia por parte de Andreia em seu batalhão. A mudança de postura ocorreu em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar.

Segundo Blazeck, a surpresa ocorreu porque o fato novo apresentado pelo comandante Dimas não estava na dinâmica dos assassinatos. “Para ter relevância para as investigações”, disse, “é preciso existir um nexo de causalidade entre as acusações e o crime”. Na visão do delegado-geral, essa relação não parece existir.

O crime

Na segunda-feira, 05, foram encontrados na residência da família na Brasilândia os corpos de Andréia Pesseghini, Luiz Marcelo Pesseghini, de 40 anos, sargento da Rota, Benedita de Oliveira Bovo, de 65, Bernardete Oliveira Silva, de 55, e do estudante Marcelo Pesseghini, de 13 anos, filho do casal. Todos foram mortos com um tiro na cabeça. A única hipótese trabalhada pela polícia no momento é que o garoto cometeu as execuções e se suicidou em seguida.

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