Crise na PF poderá impedir que candidatos tenham proteção de agentes

Os quatro principais candidatos à Presidência da República correm o risco de ficarem sem a proteção dos agentes da Polícia Federal, durante a campanha eleitoral, como determina a lei, por falta de recursos financeiros. O governo não liberou ainda a verba de R$ 3,7 milhões para pagamento de diárias e passagens áreas dos 100 agentes que irão se revezar no trabalho de segurança entre os quatro candidatos. Os recursos suplementares, no valor total R$ 48 milhões, foram solicitados há duas semanas pelo ex-diretor-geral, Itanor Neves Carneiro.

A situação financeira na Polícia Federal é tão caótica que hoje a  Companhia Energética de Brasília (Ceb) ameaçava cortar a luz do edifício-sede da instituição na capital. A falta de dinheiro foi, inclusive, um dos principais motivos da saída de Neves Carneiro da liderança da PF, que pediu sua aposentadoria.

O delegado Armando Assis Possa, segundo na hierarquia da PF, deve continuar como diretor-geral, já que nenhum delegado quer assumir o posto em função da grave situação financeira pela qual passa a instituição. As dívidas da PF chegam a R$ 60 milhões, incluindo R$ 14 milhões de restos à pagar ainda do ano passado.

A situação ficou ainda mais constrangedora hoje, quando a Ceb anunciou que iria fazer o corte de energia elétrica no edifício conhecido como ?máscara negra?. Por ser considerado um serviço essencial, a cúpula da instituição estava negociando com a empresa uma forma de suspender o corte e renegociar a dívida de cerca de R$ 2 milhões.

Segurança – Um dos maiores problemas que o novo diretor da PF enfrentará é a falta de recursos para poder mobilizar o grupo especial treinado para dar segurança aos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB), Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS). Como uma forma de gentileza e mostra de confiança, a PF iria permitir que a escolha dos agentes fosse feita pelos próprios candidatos. Se até a próxima semana o problema não foi resolvido, a segurança dos candidatos será feita com os agentes dos próprios Estados onde eles estiverem. 

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