Crise leva Arlindo Chinaglia a investigar apagão

 Foto: Diógenis Santos/Agência Câmara

Arlindo Chinaglia: relutante.

São Paulo – O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou ontem que decidirá com os líderes partidários esta semana a implantação imediata de uma comissão especial (CE) para investigar o apagão aéreo.

A proposta, feita pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), foi apoiada por alguns daqueles líderes. A idéia é iniciar a investigação pela CE; se a CPI for instalada, ela continua o trabalho; se não for instalada, a CE leva a investigação até o fim. ?Acho que é uma proposta bastante razoável?, expressou Chinaglia admitindo que a crise aérea ?ganhou cores mais agudas? e está chegando a um ponto insuportável. ?A essa altura, o Brasil inteiro espera uma solução. Estão faltando explicações convincentes. Qual o diagnóstico, por que está assim e o que está sendo feito para alcançar uma solução. É isto que a sociedade quer saber?, disse.

Chinaglia afirmou que está pensando seriamente em tomar iniciativas que permitam ouvir os setores de governo responsáveis pelo setor aéreo. Ele disse que está tentado a instalar a CE: ?Ainda que possa haver a interpretação equivocada de que, ao criar a comissão especial, eu estaria tentando abafar a CPI?.

Chinaglia afirmou que a Câmara, como poder fiscalizador, tem de agir para chegar a um diagnóstico e encaminhar soluções. ?O governo tem diagnóstico profundo do problema??, pergunta-se, emendando a resposta: ?Não tenho a informação, mas tenho a convicção de que, como já dura meses, o governo tem o diagnóstico. É isso que me preocupa. Se eu estiver certo nessa avaliação, significa que a solução não é tão fácil assim?, define.

Chinaglia reconheceu que a disputa em torno da CPI do Apagão Aéreo tem um cerne: de um lado, a oposição jura que vai investigar só a crise aérea, mas não entrará na apuração de eventuais desvios de verba na Infraero; do outro lado, o governo não acredita. ?Os governos, de uma maneira geral, não gostam de CPI, e a oposição usa sempre as CPIs como arma contra os governos. É democrático?, observa. 

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