Crime ambiental envolve servidor do Ibama

Porto Velho – O coordenador de Fiscalização de Desmatamento e Queimada do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Rondônia, Walmir de Jesus, foi autuado pela polícia acusado de estelionato e apropriação indébita de madeira. Jesus, ex-militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), foi multado pela fiscalização estadual em mais de R$ 1 milhão.

O funcionário é acusado de facilitar a retirada irregular de 16 mil metros cúbicos de madeira nobre – cerca de 8 mil árvores como massaranduba, ipê e jatobá – de uma reserva florestal do assentamento Margarida Alves, em Mirante da Serra, a cerca de 410 quilômetros de Porto Velho. Ele também teria permitido que no local fosse alugado pasto para fazendeiros.

Perseguição

Jesus disse que se trata de perseguição política. Diz ter recebido propostas indecorosas da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (Sedam) e não aceitou, por isso estaria havendo um movimento contra ele. Ele já havia dito anteriormente que a perseguição ocorria devido à fiscalização que havia exercido em diversas madeireiras.

A polícia apurou que Jesus teria intermediado a assinatura de um contrato entre a madeireira Alves e a Associação Estadual de Cooperação Agrícola (Aeca), dirigida pelo MST, que se intitulou responsável pela área. A extração irregular de madeira e o aluguel do pasto teriam rendido R$ 271 mil, mas como a área derrubada é cinco vezes maior do que o declarado oficialmente, o montante pode ser bem maior.

No assentamento residem 258 famílias, que não são beneficiadas pela retirada de madeira. A área total é de 6 mil hectares, dos quais a metade deveria permanecer intacta. O trecho de preservação derrubado é de 400 hectares, quase 550 campos de futebol. 

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