Criança causou acidente em Brasília, afirma parque

O Nicolândia Center Park, parque de diversões de Brasília onde Raquel Cristina Sousa Cunha, 12, foi arremessada de um brinquedo na noite de anteontem, afirmou, por meio de nota, que o acidente foi causado pela própria menina, que teria se levantado no equipamento.

A informação, segundo o parque, foi passada por monitores do brinquedo, chamado “Rock and Roll”. “De imediato, o operador interrompeu o funcionamento. Ainda de acordo com o funcionário, a criança se desequilibrou ao se levantar num equipamento em que todas andam sentadas e presas por uma barra transversal”, diz o parque.

A assessoria do Nicolândia negou ainda que a trava do carrinho onde estava Raquel tenha sido aberta. “O sistema de segurança do Rock and Roll não possibilita que uma trava de segurança, isoladamente, se abra. O destravamento só ocorre em conjunto, nos 20 carros, simultaneamente.” O destrave da barra, de acordo com o parque, só acontece depois de três segundos de parada total do brinquedo.

A mãe da menina, a contadora Carmem Lúcia Sousa Cunha, negou a versão do parque. “Eu não estava presente, mas conversei com a minha filha e com as pessoas que estavam no parque e todos confirmaram que ela estava sentada.”

Segundo ela, Raquel já tinha brincado no “Rock and Roll” antes e dessa vez comemorava o aniversário de uma amiga. Carmem afirmou que o acidente ocorreu logo que o brinquedo começou a funcionar, na segunda ou terceira volta, e que a menina não conseguiu se segurar no brinquedo.

A mãe também negou que a trava de segurança tenha sido aberta, já que a amiga da filha continuou no carrinho presa sob a barra. “A amiga até tentou segurar a Raquel pela blusa, mas achou que ia ser arremessada também e soltou.”

A menina sofreu traumatismo craniano leve, fraturou a clavícula esquerda e a sexta vértebra da coluna cervical, sem comprometimento dos movimentos. Ela continua sob observação até que os médicos decidam se a fratura na coluna exigirá cirurgia.

Carmem disse que um representante do parque visitou Raquel e pediu desculpas pelo acidente, além de afirmar que o estabelecimento arcará com despesas médicas da criança. Ela disse que, por enquanto, não pensa em processar o Nicolândia. “Vai depender de eles admitirem que o brinquedo não tem segurança e pararem de denegrir a imagem da minha filha. Se eles forem por esse lado, eu também vou”, afirmou.

Estava prevista para hoje a interdição do parque, que não tinha autorização da Defesa Civil, mas funcionava devido a uma liminar judicial.