Cresce violência no campo, diz Pastoral

Brasília

– Os números da violência no campo no primeiro ano do governo Lula foram os maiores dos últimos 18 anos, segundo relatório que será divulgado hoje pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em 2003 foram registrados 1.690 casos, com 73 mortes, envolvendo cerca de 1,2 milhão de pessoas, quase o dobro do último ano da administração de Fernando Henrique Cardoso. O documento revela, ainda, que as ocupações no País aumentaram 172% em relação a 2002, o maior crescimento dos últimos quatro anos.

O relatório “Conflitos no Campo – Brasil 2003” é publicado pela CPT desde 1985. De lá para cá, o registro de maior índice de violência rural foi exatamente no primeiro ano de governo Lula, apesar de os números do primeiro trimestre deste ano – que só serão conhecidos hoje – apresentar pequena queda.

No ano passado, os movimentos sem-terra invadiram mais propriedades que em 2002, superando também os números de 2001. As informações da CPT mostram que em 2003 eram 676 ocupações pelo País, juntando invasões e acampamentos, número superior aos 614 casos registrados de 1988 a 1995. O número de famílias em invasões – 65.552 em 2003 – também é o maior nos últimos quatro anos e, em 15 anos, só foi inferior a 1998 e 1999.

O crescimento nas estatísticas das ocupações coincide com o aumento dos conflitos rurais. Apenas em 98, quando foram registrados 1.100 casos, segundo informações da CPT, o número de conflitos foi tão alto. Em 2003, foram registrados 1.690 ocorrências, envolvendo quase 1,2 milhão de pessoas, duas vezes e meia a mais que em 2002.

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