Cresce tensão entre Brasil e França

Paris – Novas revelações aumentaram a tensão diplomática entre a França e o Brasil pelo envio de um avião militar francês a Amazônia, apesar de o governo francês e das Farc terem negado a existência de negociações para libertar Ingrid Betancourt, a ex-candidata à presidência na Colômbia seqüestrada pela guerrilha. A disputa se reproduziu no seio do governo de Jacques Chirac, quando ministros se acusaram pela admissão das responsabilidades.

O secretário de Estado para Relações Exteriores, Renaud Muselier, afirmou hoje que a França não negociou com as Frac colombianas para conseguir a libertação da ex-candidata presidencial franco-colombiana. Todavia, a revelação de que a França enviou um avião militar Hercules C-130 com ajuda humanitária e – supostamente – armas para a guerrilha colombiana ocultando o propósito dos governos do Brasil e da Colômbia, desatou uma pequena crise no gabinete, colocando em lados opostos o chanceler francês Dominique de Villepin, amigo pessoal de Muselier, e o ministro francês do Interior, Nicolas Sarkozy.

Parte do Ministro das Relações Exteriores acusa Sarkozy, a linha mais dura do governo, de ter filtrado informações da operação secreta com a qual De Villpein pretendia conseguir a liberação de Betancourt. A declaração de Muselier foi ratificada pela Colômbia através de comunicado do alto comando das Farc desmentindo a existência de contatos com a França para libertar Betancourt.

A irmã da política seqüestrada, Astrid Betancourt, declarou ao jornal francês “Le Figaro” que o governo brasileiro sabia da operação francesa na Amazônia. “Sei que o Ministro das Relações Exteriores (De Villepin) tinha advertido as autoridades brasileiras”, declarou. “Por minha parte, solicitei que as autoridades colombianas não fossem advertidas, pois isso poderia comprometer a libertação da minha irmã”, acrescentou Astrid.

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