Cresce suspeita de que torre errou no acidente entre Legacy e avião da Gol

Brasília (AE) – À medida que avançam as investigações sobre as causas do choque entre o Legacy da Excel Aire e o Boeing do vôo 1907 da Gol, cresce a certeza de que operadores do Centro de Controle do Tráfego Aéreo de Brasília têm parcela maior de responsabilidade no acidente do que tem sido atribuído a eles até agora. Na semana que vem, eles vão depor na Polícia Federal. Foram intimados pelo delegado da PF, Renato Sayão, que já conversou com eles informalmente e agora quer interrogá-los oficialmente.

Os oito militares da equipe do momento do acidente foram afastados de suas funções pela Aeronáutica no dia da tragédia, 29 de setembro. Esse procedimento é considerado de rotina em ocasiões pós-stress.

O afastamento foi confirmado pelo presidente do Sindicato dos Controladores de Vôo, Jorge Botelho. A Aeronáutica, porém, apenas ressalva que é praxe eles serem submetidos a exames médicos e psicológicos sempre que ocorrem acidentes.

Todos estão sob acompanhamento psicológico, mas quatro foram mais fortemente abalados emocionalmente. Seus nomes estão sendo guardados a sete chaves, com o intuito de protegê-los até mesmo de possíveis agressores, que possam apontá-los como responsáveis pelas morte de seus parentes. Os controladores também estão sendo apoiados por dois portugueses da Federação Internacional das Associações dos Controladores de Tráfego Aéreo.

A cautela é tanta que o Comando da Aeronáutica só concordou em passar dados para a PF após obter de Sayão o compromisso de manter o inquérito sob sigilo.

Identificados

O Instituto Médico-Legal (IML) de Brasília identificou ontem mais quatro vítimas do acidente com o Boeing da Gol que caiu há mais de duas semanas no norte de Mato Grosso. Segundo o IML, 149 corpos já foram recebidos no instituto, 148 foram identificados e 145 foram retirados pelos familiares. Havia na aeronave 154 pessoas, entre passageiros e tripulantes. 

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