A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, será ouvida na próxima quinta-feira (16) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo do Senado. O ex-presidente da Infraero José Carlos Pereira também será ouvido no mesmo dia.
Os senadores querem esclarecimentos sobre denúncias feitas por Pereira de que a diretora da Anac teria feito pressão para liberar a transferência do setor de cargas dos aeroportos de Congonhas (SP) e Viracopos, que fica em Campinas (SP), para o aeroporto de Riberão Preto (SP).
Com a transferência, o dono da empresa Terminais Aduaneiros do Brasil (Tead), Carlos Ernesto de Camargo, teria sido favorecido. De acordo com a denúncia, Carlos Camargo é amigo de Denise Abreu e o negócio entre a Anac e a Tead geraria um faturamento de R$ 400 milhões por ano.
Após a divulgação das denúncias pela imprensa, Denise Abreu entrou com pedido de interpelação de José Carlos Pereira na Justiça Criminal do Rio de Janeiro.
A CPI na Câmara também quer ouvir o depoimento de Denise. A idéia é que na próxima quarta-feira (15), durante reunião para votação de requerimentos, a convocação da diretora da Anac seja aprovada.
Além dos depoimentos de Denise Abreu e José Carlos Pereira, a CPI do Senado vai ouvir, também na quinta-feira, o atual presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi.
Amanhã (14), a CPI vai ouvir Angelita Marchi, integrante da Associação dos Familiares das Vítimas do Vôo 1907 e o delegado da Política Federal, Flávio Maltez Coca. Os senadores querem colher informações sobre denúncias de desaparecimento de bens das vítimas do acidente com o avião da Gol em setembro do ano passado.
Os senadores também vão ouvir os procuradores da República na Bahia Danilo Pereira Dias e Juliana de Azevedo Moraes sobre suspeitas de irregularidades em obras da Infraero no estado.
Na quarta-feira, serão ouvidos empresários da área de marketing e publicidade. Os senadores querem esclarecimentos sobre irregularidades em licitações da Infraero.