CPI das ONGs quer depoimento de Patrus Ananias

Condutor de uma CPI sem grandes emoções, a que investiga as organizações não governamentais (ONGs), o senador Raimundo Colombo (DEM-SC) quer convidar para depor sobre as fraudes no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.

Investigado como suspeito de integrar a quadrilha que negociava os títulos de entidade filantrópica, desmantelada na semana passada pela Operação Fariseu, o presidente do CNAS, Sílvio Iung é ligado a Patrus, que o definia como um dos principais colaboradores na implantação dos programas sociais do governo.

Iung dirigia o Instituto Sinodal de Assistência Educacional e Cultural de São Leopoldo (RS). Ele teve o pedido de prisão revogada pela Justiça Federal, mas não escapou do mandado de buscas no seu gabinete, em Brasília e em sua residência, em Porto Alegre. Ele também será intimado a depor. Iung alega inocência e pediu afastamento do cargo para se defender.

Por meio de nota, o ministro informou que sua pasta "defende e apóia de maneira enfática e irrestrita" as ações da PF, que a seu ver visam a "transparência e a adequada gestão dos recursos públicos".

O esquema desmantelado pela Operação Fariseu consistia em negociar títulos fraudulentos de entidade filantrópica com empresas, com a colaboração de conselheiros corruptos, que ficavam isentas do pagamento de impostos e contribuições sociais. A fraude teria causado um rombo de R$ 4 bilhões nos cofres públicos nos últimos quatro anos, segundo levantamento preliminar da PF e do Ministério Público.

A Polícia Federal começa hoje a intimar os dirigentes de cerca de 60 entidades acusadas de uso indevido de títulos de filantropia para sonegar impostos e contribuições sociais.

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