Por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) abriu licitação para substituir as franquias de 1.429 de suas lojas. As franquias estão espalhadas por 440 municípios em todo o País, e só no Estado de São Paulo são 344.

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O presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, disse à Agência Estado que a abertura da licitação conclui um processo iniciado em 2007, quando o governo enviou ao Congresso novas regras para a concessão de franquias contidas em medida provisória que foi aprovada no ano passado.

“O principal objetivo do edital é instituir um processo de transparência e de competitividade, além de dar uma resposta aos órgãos de controle e à Justiça”, disse Custódio, antes de embarcar para a Escócia, onde participará nos próximos dois dias de uma reunião internacional de empresas de correios.

Os avisos de edital estão sendo publicados desde ontem no “Diário Oficial da União” e em jornais de grande circulação em todo o País. De acordo com as regras, qualquer empresa poderá participar da licitação, inclusive as atuais detentoras das franquias, que não terão nenhum privilégio na disputa.

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Custódio explicou que para a licitação foram combinados vários critérios, como quantidade de guichês por loja, estacionamento para clientes e área especial de estacionamento para deficientes físicos. Também pontuará mais, na licitação, o concorrente que tiver imóvel próprio para a instalação da agência. Segundo Custódio, foi fixado um preço de R$ 9 mil por guichê de atendimento.

A licitação deve ocorrer em datas diferentes para cada cidade, nos meses de junho, julho e agosto deste ano. Uma disputa maior, segundo Custódio, está sendo esperada para as lojas das grandes cidades. Ele disse que a intenção, no momento, é a de manter o mesmo número (1.429) de lojas franqueadas, mas há um estudo em andamento para verificar a viabilidade ou não de criação de novas franquias.

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As lojas franqueadas são responsáveis por um terço do faturamento dos Correios e, segundo Custódio, têm atuado cada vez mais no segmento de encomendas – como entrega de pacotes – no qual a ECT enfrenta a competição de empresas privadas. Os Correios, que contam com cerca de 6 mil agências próprias, só têm o monopólio no setor de cartas.

Em novembro do ano passado, foi editado um decreto presidencial regulamentando a lei das franquias. Pelas regras, uma mesma pessoa jurídica não pode explorar mais de duas franquias postais. Os contratos terão vigência de 10 anos e poderão ser renovados por igual período.

Os atuais contratos foram renovados por várias vezes, o que levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a questionar essa prática. Em 2006, o TCU já havia determinado aos Correios que essas lojas fossem concedidas à iniciativa privada por meio de licitação.