Corregedoria apura se procurador ajudou construtoras no caso do Parque Augusta

A Corregedoria-Geral do Ministério Público Estadual (MPE) abriu investigação para apurar se o procurador de Justiça Maurício Ribeiro Lopes beneficiou construtoras que estavam em suas investigações enquanto era promotor de Habitação e Urbanismo, em troca de favores pessoais. Ele foi promovido recentemente para o cargo.

A apuração foi instaurada depois que a Sociedade de Amigos, Moradores, Empreendedores do Bairro Cerqueira César (SAMORCC) prestou queixa formal na Procuradoria-Geral de Justiça contra o procurador. Ele é acusado de beneficiar a construtora Cyrela na polêmica questão do uso de parte da área do Parque Augusta para construção de empreendimentos imobiliários.

Uma das fundadoras do SAMORCC, a advogada Célia Marcondes, conta que os membros da entidade pediram investigação da Corregedoria do MPE após Maurício Ribeiro Lopes se comportar de maneira atípica nesse caso.

“A questão da ocupação do Parque Augusta começou em 2001 e, até então, o objetivo era tornar toda a área em um parque. Porém, fomos surpreendidos com uma decisão que autorizava a construção dos prédios. E ficamos muito surpresos em saber que o promotor atuou para que isso fosse possível”, afirmou.

Célia citou como exemplo uma reunião entre a associação e o então promotor para discutir sobre a questão do Parque Augusta. Ela afirma que Ribeiro Lopes defendeu os interesses da construtora. A reunião foi gravada e anexada na investigação.

A apuração ouviu três promotores que relataram um comportamento suspeito de Ribeiro Lopes. É apurado se o procurador usou de recursos irregulares para ser o responsável pelas investigações de seu interesse.

Representantes de outras associações de moradores também foram ouvidos e despertaram suspeitas de que supostamente Ribeiro Lopes tomava decisões favoráveis ou até pedia arquivamento de procedimentos para beneficiar as construtoras.

Procurado pela reportagem, o procurador não deu entrevista. Por meio de nota, o Ministério Público Estadual informou que não pode comentar o caso, pois a investigação está em andamento.

A Cyrela disse, em nota, que “não estabelece relacionamentos com profissionais do Ministério Público para benefícios de seu negócio”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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