Brasília – O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), disse que são ?graves? as denúncias contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). ?É quebra de decoro. Todo parlamentar tem que ter uma ética, uma disciplina moral, que não permita que ele traia a população que votou nele", afirmou.

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O corregedor do Senado disse que uma investigação deve ser realizada para ?se buscar a verdade?. Segundo ele, uma das pessoas que poderá ser ouvida é o empresário Nenê Constantino.  Ele informou que os documentos devem ser solicitados à Polícia Civil do Distrito Federal e ao Ministério Público Federal ainda nesta quarta-feira (27).

Se comprovada a quebra de decoro, Roriz pode até mesmo ser cassado por uma decisão do plenário do Senado.

Gravações telefônicas publicadas pela imprensa neste final de semana indicam que o senador teria combinado divisão de dinheiro com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklim de Moura, suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

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No mesmo dia da conversa, houve uma operação de saque no BRB no valor de R$ 2,2 milhões em nome de Nenê Constantino de Oliveira, de acordo com as matérias divulgadas pela imprensa. Segundo Roriz, a operação financeira foi um empréstimo feito junto ao empresário Nenê Constantino (dono da Gol Linhas Aéreas) no valor de R$ 300 mil. Desse total, R$ 271.320 foram usados para o pagamento de uma bezerra adquirida da Associação de Ensino de Marília.

Na nota, o senador afirma que Nenê Constantino teria condicionado o empréstimo ao resgate do cheque emitido pela Agrícola Xingu S/A, no valor de R$ 2.231.155,60, para viabilizar a operação. Desta forma, o empresário teria recebido em espécie R$ 1.931.155. Roriz disse que o restante do empréstimo – R$ 28.680 – foi repassado "ao amigo" Benjamim Roriz, que estaria "com problemas de saúde na família".

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As irregularidades foram descobertas por meio da Operação Aquarela, deflagrada este mês pela Polícia Civil do Distrito Federal. Por conta do foro privilegiado, a possível participação de Roriz no esquema deve ser investigada pela Procuradoria-Geral da República.