Corpo de d. Eugenio é enterrado em catedral

O corpo do cardeal arcebispo emérito do Rio, dom Eugenio Sales, foi enterrado na tarde de hoje, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro.

Dom Eugenio de Araújo Sales, 91, morreu de infarto às 22h30 de segunda-feira, enquanto dormia em sua casa no alto do Sumaré, zona norte do Rio.

Pouco antes, às 18h30, havia jantado, conversado e ido para seu quarto. Um ruído chamou a atenção dos acompanhantes, que entraram no cômodo e o encontraram morto.

Um dos mais influentes cardeais do Vaticano, dom Eugenio comandou a Arquidiocese do Rio ao longo de 30 anos (1971-2001).

No período, criou pastorais -grupos compostos por religiosos e leigos para atuar em áreas como atendimento a menores, entre outros-, idealizou a Campanha da Fraternidade e ajudou perseguidos políticos a sair do país, apesar de manter boas relações com o regime militar.

Defensor das tradições da Igreja Católica, foi um dos responsáveis pela derrocada da Teologia da Libertação, linha de pensamento que buscava unir princípios do catolicismo ao marxismo, no início dos anos 1980.

Ao lado do então cardeal Joseph Ratzinger, o atual papa Bento 16, ele impôs ao frei Leonardo Boff, defensor da corrente progressista, o chamado silêncio obsequioso -o impedimento de pregar.

“[Ele] Ensinou a todos o caminho da verdade na caridade e no serviço à comunidade, dando sempre maior atenção aos necessitados”, disse, em nota, o papa Bento 16.

Também em nota, a presidente Dilma Rousseff destacou a “preocupação social” associada a sua trajetória.

Cerca de 6.000 fiéis acompanham ontem o velório do cardeal. Durante a chegada do corpo à Catedral Metropolitana do Rio, uma cena surpreendeu aqueles que acompanhavam a cerimônia.

Uma pomba branca, solta por um voluntário da Cruz Vermelha, pousou sobre o caixão, depois desceu e ficou durante toda a tarde aos pés do corpo, enquanto os fiéis se despediam do religioso. Para os católicos, a pomba branca é o símbolo do Espírito Santo.